O Império de Pombal está ruindo

A sessão de ontem (14) da Câmara Federal aprovou a urgência para a tramitação dos dois projetos que autorizam os plebiscitos para criação de Estados fruto de um possível desmembramento do Estado do Pará, pegou-me num momento em que fazia uma leitura sobre a fundação das cidades paraenses e sobre o próprio Estado.

Almir Gabriel, em recente palestra na Associação Comercial, justificava a existência de Palácios construídos em Belém, no período colonial, como um desejo português de implantar três reinados no Brasil, um deles aqui na Amazônia, com sede em Belém. Fui pesquisar sobre isso.

Encontrei no Livro de Haroldo Maranhão: Pará, Capital: Belém – Memórias & Pessoas & Coisas & Loisas da Cidade, os textos de Hercules Florence e Manuel Nunes Dias, onde se lê que a Coroa portuguesa, através da administração do poderoso Marques de Pombal, tinham planos ousados para o Brasil. Desejava o Marques trocar o território de Portugal na Europa por todas as terras espanholas aqui da América. A Espanha construiria um poderoso império europeu e Portugal edificaria outro de “extraordinária grandeza no Novo Mundo”.

Isso justifica a transferência do irmão do Marques, capitão-general Francisco Xavier de Mendonça Furtado para governar o novo Estado, em 1751, “do Grão-Pará e Maranhão” cuja capital passou a ser Belém.”

Os poderosos planos do Marques de Pombal deixaram suas marcas por aqui por Belém, mas essa história nunca contagiou os amigos recém chegados, trazidos pelos planos da Didatura Militar de ocupação da Amazônia. Infelizmente aquilo que seria um Grande Império do Norte agora começa uma nova página de sua história.

Termino este melancólico artigo com o Hino do Estado do Pará que, após a divisão, deve ser reescrito para corresponder a nova realidade:

Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador !
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do
amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!

Ó Pará, quanto orgulha ser filho,
De um colosso, tão belo, e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!

Salve, ó terra de rios gigantes,
D’Amazônia, princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes,
Desde a indústria à rudeza pagã,
Salve, ó terra de rios gigantes,
D’Amazônia, princesa louçã !

 

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