Não vão calar-me

Gente, vou fazer um desabafo aqui no blog e, antecipadamente, peço desculpas por isso. Estou me sentido sem liberdade de expressão em plena democracia. Cada vez que vou escrever aqui, penso muito no que vão postar pois as críticas e as pressões que venho recebendo estão ficando insuportável.

A "melhor" das pressões que recebi, embora incomoda, foi a da ADEMI, veio através de quatro ações judiciais em forma de interpelação. Deu trabalho responder, mas foi aberta, clara e através de uma das instituições democráticas que é o Judiciário.

Claro que essa ações carregam um perigo à democracia, a judicialização da política, expediente que vem sendo usado com frequência no país. Veja o caso do Lúcio Flávio Pinto, condenado a pagar uma fortuna que não terá. Os ativistas do Movimento Contra Barragens estão proibidos de se aproximar do canteiro de obras de Belo Monte por uma decisão judicial.

O que me incomoda é a pressão política que vem através de chantagens, de armações, de tentativa de isolamento. Neste caso, eles não mostram a cara. Dão a entender que devo parar de emitir opinião, caso contrário, eu e meus aliados políticos vamos pagar um preço alto, como já estamos pagando. A pressão chegou ao PV, aos meus amigos e agora até na minha família. Amigos se afastam, aliados querem se distanciar e a família exerce um censura sobre tudo que posto. As postagem são fiscalizadas e as opiniões contrárias não vem em comentários publicados e assinados.

Tenho aguentado tudo calado, a espera de que o vento da democracia vire, mas ele só está soprando para o mesmo lado. Vejo políticos importantes caindo, calando e aceitando o jogo autoritário e cerceador da liberdade de expressão. Cada vez mais o perigo ronda meu círculo íntimo. É a mesma sensação que tem um ameaçado de morte, como muitos que viram o "olho do jaguar e viraram jaguar".

Eles se incomodarem com o que escrevo não me incomoda, pois escrevo para incomodá-los. Fico triste é quando a pressão deles incomoda aqueles que deveriam defender-me e, por medo, não me defendem, ao contrário, querem calar-me.

Quero dizer para aos meus familiares, amigos e aliados. Gosto muito de vocês, as opiniões de vocês são todas válidas e não quero descontentá-los. A pressão que sofro é grande, mas vou suporta, nem que seja sozinho. Um dia vocês haverão de perceber que eu tinha razão, mas seu eu não tiver razão, paciência, valeu por ter tentado expressar uma outra visão sobre os problemas do nosso povo.

Gafisa usava habite-se falso para os seus prédios

Em plena comoção por causa de um incêndio em uma boate que matou mais de duzentas pessoas, descobre-se que a empresa Gafisa, responsável por grandes empreendimentos, como é o caso do Mirante do Lago, seis torres de 15 andares e 270 apartamentos, usava habite-se falso expedido pelo subtenente Alexandre Oliveira de Melo do Corpo de Bombeiros.

A empresa se defende dizendo que "todos os empreendimentos da empresa em Belém são desenvolvidos em absoluta conformidade com os projetos aprovados pelos órgãos competentes e que eventuais exigências das autoridades foram cumpridas."

O fato é que a empresa usava habite-se falso e que os prédios por ela construídos tinham problemas, alguns, segundo o Bombeiro, já foram sanados, exceto o Mirante do Lago, atualmente habitado e que ainda tem problemas.

A fraude foi descoberta porque um outro oficial da Corporação foi comprar um apartamento em um dos prédios da empresa e verificou que os itens de proteção e prevenção de incêndio não estavam de acordo com as normas. As pessoas que ali moravam estavam expostas ao perigo de não ter a segurança no caso de incêndio, como não tiveram os mais de duzentos inocentes frequentadores da Boate Kiss. O Oficial iniciou a investigação e descobriram vários empreendimentos da mesma empresa estavam habitados por incautos moradores, mas que portavam habite-se falso por não cumprirem os itens de segurança.

Ao ler ou ouvir o noticiário, tem-se a impressão que a empresa, inocente, foi vítima de um marginal fardado, que a enganou emitindo os habites-se falso. Aguardemos as investigações para ver se é isso mesmo.

O estado do puxadinho

Você já entrou numa repartição pública? Sim. Qualquer uma? Pode ser federal, estadual ou municipal. Mas entrar que eu falo, é passar do balcão, ir lá dentro e visitar as salas. Já fez isto? Já? Não?

Se entrar, vá olhando os detalhes. Repare nos móveis. Nas cadeiras. Na verdade, restos de cadeiras de outras gestões, cada uma de uma cor. As cadeiras com suas cores e estilos, revelam os gostos dos antigos chefes. Os estilos e fabricantes são diferentes, muito diferentes. Poucas cadeiras são novas, compradas pelo atual dono do cargo. Outras, bem mais antigas, com estofado gastos e até furada, pertenceram aos antigos ocupantes, foram muitas administrações e nem uma deu continuidade ao que as outras queriam fazer, nota-se pelas cadeiras.

As divisórias. As divisórias são puxadinhos para abrigar departamentos, seções, que antes não existiam no organograma. Uma sala ampla foi dividida em outras menores. Lá, se colocou grupos de trabalhos, comissões de estudos, novas seções...

Mesas. Mesas meio deslocadas. Nota-se pela posição que elas estão colocadas meio que a força, para caber na sala. Essas mesas arranjadas de ultima hora são para um comissionado de última hora, nomeado pelo gestor atual, que por problemas políticos não pôde demtir quem encontrou por lá. O jeito foi esticar a sala, colocar mas mesas para caber os seus novos nomeados. Funcionário público sem uma mesa não é um funcionário.

Os fios. Os fios estão por todos os lugares. Expostos. Enrolados. O fio da impressora, que antes não tinha. O fio do computador novo, do comissionado novo. Os equipamentos que os funcionários levam, como a nova cafeteira para fazer um cafezinho à mais quando termina ou esfria o da garrafa. 

Uma repartição pública é o retrato perfeito do estado brasileiro. Um estado dos improvissos. Um estado do puxadinho. Um estado sem profissionalismo. 

O Ministério mais antigo, por exemplo, é o Ministério da Justiça que está abrigado numa obra de arte de Oscar Nieamayer. Lá dentro, depois do balcão de atendimento, os puxadinhos, tipico do improvisso e da ausência de profissionalismo, estão presentes.

Aqui em Belém, quem quiser conhecer e fazer um estudo de caso para uma tese de  mestrado em administração, daquelas cujo orientador seja o competente professor Helder Aranha, aconselho visitar a sede da CTBEL.


Castanhal receberá Dilma Rousseff na sexta-feira

A presidente Dilma Rousseff, o PT e o PMDB devem fazer uma enorme festa, na sexta-feira, em Castanhal, para entregar 1400 casa do programa "Minha casa, minha vida". Com essa entrega, o programa comemora quase duas mil casas construídas só em Castanhal. Jatene, Titan, Jader e Ana Júlia podem estar presente no mesmo palanque.


Em 13 de fevereiro de 2012, ao lado do prefeito Hélio Leite e de seu candidato Márcio Miranda, Jatene entregou 496 casas do programa, mas não chamou ninguém do governo federal e nem do PT, afinal era campanha e em campanha o importante é ganhar: "Governador Simão Jatene entrega residencial para 496 famílias em Castanhal".

Agora, nesta visita da presidente a Castanhal, Jatene não pode fugir, seu governo precisa desesperadamente de verbas federais para continuar existindo. Todos os grandes investimentos feitos aqui no Pará tem o selo do Governo Dilma. Até os ônibus escolares que foram entregues para as prefeituras no início do ano, outra vez com muita festa, foram pagos com dinheiro federal de emendas parlamentares.

O Governo do Estado só não está pior em termos financeira por causa da atuação do vice-governador Helenilson Pontes, responsável pela única entrada de dinheiro novo nos cofres estaduais. Helenilson foi o construtor da lei das taxas minerais que obrigou a Vale do Rio Doce deixar aqui um pouquinho do seu lucro.

Novamente Helenilson Pontes será importante para o Governo do Estado. Na debate sobre o FPE (Fundo de Participação dos Estados),  apoiará tecnicamente a bancada paraense. O vice-governador estará liderando o grupo de trabalho criado para este fim. Helenilson tem formação técnica indispensável para o debate.

Aconselho o Vice-governador não desprezar a ajuda do deputado Cláudio Puty. Puty é doutor em economia (Economia, Universidade Federal do Pará, 1988-1994; Mestrado em Economia, University of Tsukuba, Tsukuba, Japão, 1997-1999; Ph.D. em Economia, New School for Social Research, Nova York, EUA, 1999-2005), e por causa do seu poderoso currículo (motivo de grande inveja acadêmica) o Deputado é muito influente na área de orçamento e planejamento do Governo Federal.

Na visita da Presidente Dilma ao Pará, peço que o Governo do Estado não haja com ingratidão e receba a Presidente com as honras de "chefe de estado", aproveitando para pedir mais um pouquinho. Deixo aqui uma sugestão de pauta:

1. Navegabilidade do rio Tocantins;
2. Um programa de desenvolvimento para o Marajó, com a criação da Universidade Federal do Marajó;
3. Apoio do programa pró-catador para acabar com os lixões no Pará, atendendo o catador;
4. Solução definitiva para o abastecimento de água em Santarém;
5. A presença da força federal para combater as altas taxas de criminalidade da região metropolitana;
6. Mais investimento em saúde básica para os municípios paraenses;
7. Mudança na Lei Kandir e melhor compensação ao Pará como estado produtor;
8. Garantia de que o Pará será ouvido no processo de licenciamento das novas hidrelétricas;
9. Conclusão do asfaltamento das rodovias Transamazônica e Santarém-Cuiabá;
10. Reforço na estrutura do ICMBio para que possa fiscalizar e implantar as Resex e demais recursos naturais protegidos;
11. Prosseguimento do programa federal de acesso a informatica, com a volta do programa Navegapará;
12. Apoio aos centros de tecnologia;
13. Apoio a definitiva verticalização da nossa produção mineral.

Tem outros pontos, pelo menos mais 30 para chegar ao 43, número do Partido Verde, mas para no 13 em homenagem ao Partido dos Trabalhadores, sigla da presidente Dilma, uma das mais bem avaliadas da nossa história presidencial.

Mutirão nas casas de shows do Pará

Os políticos-legisladores brasileiros são bons quando fazem leis. As leis que regulam o funcionamento de boates e casas de shows, cuidam da segurança, das questões urbanas e do meio ambiente de forma rígida e moderna. Como então casas como a Kiss funcionavam sem respeitar a legislação?

Fui secretário de meio ambiente de Belém por pouco tempo. Nesta função, era responsável junto com o Corpo de Bombeiros e a Policia Civil, por licenciar e fiscalizar este tipo de atividade e seus estabelecimentos. Licenciamos algumas e autuamos outras. Acredito, por experiência própria, que os órgão responsáveis bem que podiam aproveitar o momento e fazer um mutirão de fiscalização agora, já, imediatamente.

Os adolescentes dos municípios paraenses que gostam muito de festa e festa com todos os tipos de pirotecnia, estão correndo muito riscos,  a experiência me mostra isto.

As casas fechadas por mim sempre encontravam um padrinho. O mesmo político-legislador que fez boas leis, se transforma em péssimo político quando agencia interesses de quem quer descumprir a legislação e realizar shows colocando em risco a vida dos nossos filhos. 

Sempre me neguei a atender pedido político para liberar estabelecimento fora da lei, mas os que eu fiscalizei e autuei estavam funcionando com aval de padrinhos.

Se queremos segurança para nós e para os nossos adolescentes, devemos exigir que os órgãos os fiscalizem com bastante rigor, o rigor da lei, feita para nos proteger, mas também devemos dizer aos políticos que não achamos correto eles se meterem a apadrinhar coisas erradas. 

Agindo assim, nossos filhos irão para as festas e shows, voltando alegre e em segurança na hora combinada, quando o barulho da chave na porta e as pisadas deles na cozinha em busca de fatias de queijos e presuntos aliviarão nossas almas de pais e mães que cuidam de seus familiares.

Verdes do Tapajós preparam 2014 com muito trabalho



Santarém foi palco do encontro regional dos verdes do Tapajós. A reunião aconteceu na Câmara Municipal e contou com a presença de dirigentes verdes de sete municípios: Santarém,  Mojuí dos Campos, Belterra, Aveiro, Ruropólis, Itaituba e Juruti.

O vereador Valdir Mathias Júnior, secretário municipal de planejamento e desenvolvimento de Santarém, fez a abertura do evento, destacando as vitórias eleitorais do PV em toda região, inclusive com a responsabilidade, que hoje temos, de dirigir secretarias de meio ambiente em Santarém, Belterra, Ruropólis e Itaituba. Mathias estimulou os presentes a seguirem organizando o PV como uma verdadeira força política.

Podalyro Neto, secretário de meio ambiente de Santarém, palestrou mostrando as dificuldades iniciais que enfrenta a Semma local, principalmente por conta dos loteamentos irregulares e destacou a atual polêmica com o empreendimento da empressa Burity, cujo licenciamento encontra-se suspenso e judicializado. Neto dirigiu sua fala para os colegas secretários dos outros municípios, propondo um encontro especifico e uma atuação conjunta dos verdes. Santarém está afinado com as metas do Programa 'Municípios Verdes' do Governo do Estado.

Como presidente estadual, fiz um balanço das nossas vitórias e dos desafios de termos quinze secretaria de meio ambiente, uma de agricultura e a de planejamento e desenvolvento de Santarém, esta sob a responsabilidade do vereador Valdir Mathias Júnior. Informei que até março gostaríamos de ter a manifestação de ativistas verdes que desejam ser candidatos pela legenda. Manifestei a intenção do PV em ter candidatura própria em todos os níveis.


Os presentes firmaram o desejo em trabalhar para consolidar o PV cono uma legenda de parceiros sem comprometer sua independência. 











Em nome da Comissão de Meio Ambiente, fui acompanhar os representantes do Governo Dilma em uma vista, programada pela OAB, ONG No Olhar e pela Prefeitura de Belém no 'lixão' do Aurá. Eles fizeram questão de conhecer as células de lixo domiciliar e conversaram com os catadores. Aqueles que trabalham separando e reaproveitando o que as pessoas jogam fora tiveram vez e voz e eu fiquei feliz por ter participado deste esforço. 

A empresa CTR Guajará, por solicitação da Sesan, prestou toda a assistência e forneceu as informações necessárias para formulação de políticas públicas. 

Vejam as fotos que fiz com o meu telefone. Nelas você poderá constar que pessoas, urubus, caminhões-coletores e tratores se misturam em meio a toneladas de lixo. Tudo ali choca, mas choca ainda mais a presença de crianças, filhos de catadores que não tem com quem deixá-los enquanto estão ali em busca de garantir o pão de cada dia. Isto tem que acabar e logo.

Hoje demos um passo muito importante. Se os governos continuarem unidos e comprometidos com as soluções que pela manhã foram debatidas na sede do Ministério Público, independente de serem de partidos diferente, haveremos de virar esta triste página sócio-ambiental. A OAB Pará se orgulha de ser um instrumento na busca da dignidade dos catadores e da solução ambiental para o lixo da grande Belém.

O destino de Marituba será discutido no TRE

Hoje o TRE se debruça sobre o mérito de um Mandado de Segurança que garante, liminarmente, que o prefeito Melo, presidente da Câmara Municipal, fique na prefeitura até a decisão sobre a nova eleição no município.

Mário Filho, o candidato preferido por mais 54% dos votos válidos, está com seu registro impugnado e se for mantido assim, a regra manda que se faça nova eleição. O candidato do PSDB, Antonio Armando, que já foi o pior prefeito local, com a minoria dos votos, tenta, na marra, e com ajudas extras, ficar ilegalmente com o cargo.

A Justiça Eleitoral, porém, sempre teve a tradição de respeitar a democracia, a vontade popular e a vontade da população maritubense é que o grupo político liderado por Mário Filho governe a comunidade. Se não for possível validar as eleições e diplomar o vencedor, melhor será convocar a manifestação popular para um novo pleito do que entregar o destino de todas nas mãos do seu agoz.

É proibido pescar Mero no Brasil

Um portaria assinada por dois ministros de estado, Izabela Teixeira do meio ambiente e Marcelo Crivella da pesca, prorrogaram por três anos, a partir de outubro de 2012, a pesca, transporte e comercialização de mero em todo território nacional. Mas aqui no Pará, esta lei não vem sendo obedecida. No Ver-o-peso, o famoso mercado, vendem Mero, imaginem nas ferias sem fiscalização.

Ontem, pela primeira vez, o IcmBio, prendeu uma grande quantidade do peixe no município de Marapanim. A equipe do Instituto, porém, não tem estrutura para fiscalizar todo o nosso litoral e o Mero é quem sofre ameaça.

Sugiro uma colaboração geral entre os Governos. Prefeituras, Estado e União podem fazer muito para preservar essa espécie.

Em Belém, bandidos executam bandidos para atingir você

Um mãe estava no lugar errado, na hora errada, quando um grupo, armado, executou-a, depois de também executar seu filho. Tudo estava dito se não fosse por um detalhe, a mãe estava em sua casa, em Benevides (cidade pacata da região metropolitana de Belém, preferida por abrigar conventos e mosteiros) arrombada pelo grupo de extermínio.

O alvo do grupo era o filho dela, mas a mãe estava lá. Deitada. Dormindo, afinal eram 01 hora da manhã. Nessa hora, as pessoas dormem. Seria uma testemunha, por isso foi executada também. As execuções na grande Belém tornaram-se uma rotina.

Todos os dias executam alguém. Muitos são viciados em drogas com altas dívidas contraídas junto a traficantes que dominam os bairros periféricos. Outros são presidiários e tem passagens pela polícia.

As pessoas desinformadas podem até pensar como pensam os brutos, bandido bom é bandido morto. Podem até festejar as execuções. Afinal, pensam, cada bandido que morre, é um a menos para praticar assaltos contra pessoas honestas. O que as pessoas honestam não refletem é que as execuções de bandidos tem um endereço certo, aumentar a violência contra os cidadãos honestos. Como?

A execuções são feitas para dar exemplos. Para forçar que os viciados e presidiários tornem-se membros efetivos das quadrilhas. Paguem suas dívidas cometendo assaltos e com o fruto dos roubos, paguem o que devem. Depois, contraem novas dívidas e voltam a assaltar para continuar pagando pelo vício.

As execuções são o combustível da violência. Uma engrenagem viva que mantem o níveis de violência sempre altos, vitimando as pessoas honestas de Belém e de outras metrópoles.

Os traficantes alugam armas para assaltos. R$30,00 ou R$50,00, dependendo da hora. Se o adolescente, recrutado para o crime, perder a arma ou for preso, não tem problema, quando sair, deve voltar ao crime para pagar a arma perdida. Se se recusar, ai não tem outra forma de cobrança mais eficiente, é executado pelo bando. A execução não paga a dívida, é verdade, mas serve de exemplo para outros devedores e isso é o que matem o negócio do crime funcionando a todo vapor.

Quando acontece uma execução, o noticiário diz que a polícia chegou, fez a perícia, removeu o corpo e abriu investigações. O roteiro é o mesmo. O jornalista polícia pode até fazer um ctrl c, ctrl v, enxertando o texto no meio da sua reportagem e ninguém notará que aquela parte da notícia referia-se a execução de um rapaz no Tapanã, no PAAR, ou em Marituba. A polícia faz tudo isso sim, exceto investigar.

Nós estamos entre a cruz e a caldeirinha. Ao festejar as execuções, estamos aplaudindo o sistema que nos atingirá com o aumento de assaltos praticados por aqueles bandidos que, para não morrer, obedecem as ordens das quadrilhas.

Isso não é novo, foi exportado do Rio de Janeiro, de onde muitos traficantes migraram depois da ação de pacificação e vieram estabelecer seus negócios por aqui.

Se o Sistema de Segurança Pública do Pará cortar o mal pela raiz, destruindo de vez as organizações criminosas, inclusive prendendo e expulsando policias que se envolveram com eles, agora, enquanto pode, teremos um novo futuro. Mas, se ao contrário, continuar aplaudindo as execuções como se fosse um bandido a menos, pagaremos o mesmo preço que o Rio de Janeiro pagou durante longos anos.

Catadores do Aurá apresentaram pauta para Sesan


Uma grupo de 70 catadores do Lixão do Aurá, acompanhados pela Comissão de Meio Ambiente da OAB Pará, foram recebidos pelo secretário municipal de saneamento de Belém, Luis Otávio da Mota Pereira e pelo diretor de resíduos sólidos, dr. Janary, na tarde desta segunda-feira, no auditório da Secretaria.

Luis Otávio recebeu as demandas dos catadores, uma pauta com dez pontos:

1. A coleta seletiva seja implantada com a participação dos catadores (as) do lixão do Aurá;
2. apoio técnico, financeiro e de infra-estrtura aos catadores que forem para a coleta seletiva;
3. que seja reconhecido o grupo de trabalho e a comissão eleita pelos catadores como interlocutores junto as secretarias do governo municipal;
4. que os catadores tenha participação na recuperação ambiental e no encerramento de atual lixão do Aurá;
5. que os catadores de lixão do Aurá recebam indenização pelos anos ali trabalhados;
6. pagamentos pelos serviços ambientais prestados pelos catadores no novo serviço de coleta e aproveitamento dos materiais reciclados;
7. atendimento das reivindicações das comunidades do entorno do lixão;
8. reconhecimento dos adolescentes que trabalham no lixão, dando a eles todos os direitos e assistência;
9. construção de creche para os filhos dos catadores(as) com a contratação de mães-crecheiras entre as catadoras; e
10. que seja dado apoio aos catadores que querem entrar no mercado de trabalho ou montar o seu próprio negócio.

Respondeu a todas e assumiu compromissos de respeitar todas as regras da Lei Federal n.º
12.305/2010, trabalhando com total transparência na resolução dos problemas do lixão do Aurá.

O saldo da audiência foi positivo e representou um grande passo na relação entre a administração municipal, os catadores e a cidadania.

Foi uma vitória de todos. Dos catadores que passaram a ser respeitados e ouvidos. Da administração pública municipal que inaugura uma nova maneira de tratar os cidadãos e os problemas da cidade. Das entidades que iniciaram com os catadores esta luta. Aqui registro o papel importante da ONG no Olhar que esteve desde o inicio desta luta. Ao parceiro Ministério Público, na pessoa do promotor do meio ambiente, Nilton Gurjão. Da direção da OAB Pará que tem apoiado o trabalho da Comissão de Meio Ambiente e permitido que ingressemos nestas lutas.

O próximo passo será a formação da Comissão de Catadores para seguir negociando e a reunião, no dia 25.01, as nove horas, na sede do Ministério Público Estadual, com os representantes do Governo Federal, para discutir a implantação do programa pró-catador.

O dinheiro do PAC é no Pará, mas não para os paraenses

O PAC 2 do Governo Federal investirá R$ 96,3 bilhões no Pará. Quando vi a manchete, disse: "Nossa! É muito dinheiro para resolver os problemas do nosso povo". Fui ler. Verifiquei que os maiores valores investidos estão alocados em energia e transporte. Energia e transporte para quem?

Os investimentos em energia estão alocados para atual hidrelétrica de Belo Monte e mais outras usinas previstas para serem construídas no Pará. Todas elas, porém, servirão para resolver os problemas de crescimento do país. O Pará já produz energia suficiente para o seu próprio desenvolvimento, mas a energia que produzimos vai para os outros estados e deixa muito pouco em imposto.

No caso dos transportes, o esforço do Governo Federal é o de construir ferrovias, estradas e portos para facilitar as exportações in natura dos nossos produtos. O minério, a madeira, a soja, o gado e outros produtos que compõe o estoque natural paraense saem daqui sem gerar riquezas.

Queremos investimentos sim, mas os bons investimos. Os que ajudam o Brasil, reconhecem os esforços e premiam a população paraense. Não queremos ver as nossas riquezas sendo esgotadas e o povo paraense não tendo o direito a usufruir de uma parcela dessas riquezas.

Belém é insegura, escura e perigosa

Na sexta-feira, sai com minha família para um passeio noturno por Belém. Dirigi pelas Avenidas Nazaré e Magalhães Barata. Foi o caminho mais longo e tenso que já fiz em minha vida. As ruas (ou seria rua? É uma só, com dois nomes?) estavam molhadas, escuras e um pouco vazias.

Dirigi olhando o tempo todo para os retrovisores. Em cada esquina que parava, tinha a sensação que iria surgir da escuridão da rua um homem encostando uma arma no vidro do carro e ameaçando minha esposo e meus filhos.

Cada moto que parava do meu lado era um susto à mais. 

Um grupo de ciclistas vinha pela transversal e minha esposo pediu que eu acelerasse e avançasse o sinal, "podia ser assaltantes, não podia?", disse ela.

A tensão e o nervosismo tomou conta do carro. Começamos a discutir e até a brigar. Achavam eles que eu estava sendo imprudente dirigindo com a velocidade da pista, 40 quilômetros. "Por que você não corre, papai'; disse o meu caçula. Tentei justificar com a obediência as leis de trânsito, minha esposo socorreu o "mais novo" dizendo que era melhor pegar uma multa que correr o risco de sermos assaltados. Ela tinha razão, mas eu não consigo quebrar regras coletivas.

Foi um alivio quando avistei o fabuloso mercado de São Braz, obra do magnifico intendente Antonio Lemos, que o invejoso Lauro Sodré tentou empanar, mandando colocar sua estatua bem na frente, pensando como deveria acabar politicamente com os lemistas. Por falar nisso, quem mandou colocar aquele guarda-chuvas que antes não existia na Praça de São Braz?

Voltando ao assunto. Belém é uma cidade insegura, escura, esburacada. Dá medo andar nas ruas de nossa cidade, infelizmente. A violência tomou conta de tudo e de todos.

Muitos amigos meus já foram assaltados e, no máximo, fazem um boletim de ocorrência eletrônica. Não adianta ir a uma delegacia. Demora muito o atendimento e eles fazem o mesmo que você faz pela internet, registram e fica por isso mesmo. Esse negócio de investigação, caça aos assaltantes, tentativa de recuperar os objetos perdidos é só para filmes de ação, desses que repetem mil vezes nos canais pagos.

Os assaltantes que são presos no Pará, São por pura coincidência. A viatura vai passando na hora do assalto, vê a vítima desesperada, correndo para fazer justiça com auxílio de uns poucos transeuntes que se dispõe a solidariedade, coisa que, por medo, está ficando rara, e age. Prende os bandidos. As vezes são os próprios bandidos que, para se vingar, entregam os comparsas.  Quando muito, a policia consegue umas pistas a peso de tortura, que dizem que acabou.

Não tem essa de investigar, usar o aparato de inteligência policial ou as aulas aprendidas na Acadepol. Tudo de investigação só acontece em ficção, nos filmes de Sherlock Holmes ou de Edgar Alan Poe com o seu famoso Auguste Dupin. Aqui, ao vivo e a cores, nosso sistema de segurança pública não é nem sistêmico.

Cada vez a segurança pública do nosso estado se enfraquece perante as quadrilhas. Enquanto a PM está preocupada em mudar o dia do clássico RExPA, dizendo que é para nos dar segurança. Os bandidos entram tranqüilamente na casa de um juiz, no bairro da Marambaia, num conjunto habitacional, fazem a família do magistrado refém, levam tudo o que podem levar, humilham todos e depois partem tranquilos, para gastar o lucro deste bom e gordo assalto.

Todos sabemos que no RExPA e no Carnaval da Orla podem acontecer brigas, e brigas acontecem até no campeonato europeu. Agora assaltos que humilham pobres mocinhas quando voltam das faculdades e dão de cara com um marginal pedindo a bolso e o celular; ou das senhoras saindo dos prédios depois de visitaram um parente e um moleque toma seus pertences na marra; só acontece, de minuto a minuto, aqui em Belém.

Ouvi duas senhoras conversando outro dia sobre o quanto é bom, pelos preços e pela variedade de produtos, comprar no comércio. "E não é tão inseguro, por lá"; disse uma delas. Não é mesmo. No Comércio ainda circulam os velhos "discudistas" e "paqueiros", que antes lotavam o pátio da Central de Polícia. Assaltantes agora estão por todos os lados.

O povo já não aguenta tanta falta de competência e velhas formulas. Está bom, chega de léro léro e quas, quas, quas; apresentem logo um plano para tornar nossa vida mais segura. E isso não é um favor que nos fazem. Pagamos muito imposto para sustentar seus empregos.

Belém quer matar ciclistas no trânsito. Só pode!

Andar de bicicleta no mundo é uma atividade tão levada a sério que existem grandes fabricantes pensando incessantemente em soluções para tornar as pedaladas sempre mais confortável e seguras. No caso de Belém ocorre o contrário, parece que sempre estão pensando com matar ciclistas no trânsito.

Em Belém, entra governo e sai governo, e os ciclistas não são respeitados. Aqui não temos espaços para o que o ciclista pedale com segurança. Não temo bicicletários onde seja possível estacionar a bicicleta com o mínimo de segurança.

As auto-escolas, quando treinam os futuros motoristas, nunca falam da necessidade de haver respeito ao ciclista que trafegará na pista, muito menos os instrutores mencionam que o ciclista está na segunda ordem de prioridade, vindo logo após o pedestre.

Os diretores e guardas da CTBEL olham sempre para o ciclistas como se ele fosse um problema. "Lá vem estes pedaleiros atrapalhar o trânsito", dizem. Se o guarda da CTBEL vê um carro parado, estacionado na ciclovia, nada faz; acha isso normalíssimo.

Veja o nível de requinte da indústria da pedalada. Lançaram agora um produto para criar ciclofaixas instantâneas. O aparelho cria na pista as marcas luminosas que demarcam o espaço da pista destinado a proteção do ciclista. Veja nas fotos.


Quando é que Belém vai respeitar e estimular o uso das bicicletas? Você que está lendo esta mensagem, com certeza adoraria dar umas boas pedaladas, olhando as mangueiras, parando nos casarios, vendo melhor a paisagem. Mas não faz por medo de ser atropelado, não é?

Eu sei me virar no trânsito, aprendi com o tempo de pedal, porém sempre é um risco. Tem horas que dá medo. Principalmente quando um abestado, boyzinho, filho de papai, passa tirando fino e ainda da uma boa acelerada que é para intimidar a gente.

Não quero andar só por ai. Quero sua companhia. Venha. Vamos pedir com carinho ao prefeito Zenaldo que planeje um sistema cicloviário seguro. Tão seguro que até o menininho ou a menininha que acabaram de aprender a andar de bicicleta possam sair às ruas e dar umas boas pedaladas. Como fazer? Venha aqui e deixe seu comentário a favor desta causa que eu enviou para o Gabinete da Prefeitura Municipal de Belém.




Os loteamentos de Parauapebas



As fotos são de uma área enorme, que era ocupada por um morro. Eu disse era, porque o proprietário resolveu remover a montanha para construir mais um dos muitos loteamentos que se formaram na área de expansão da cidade de Parauapebas.

Os loteamentos são licenciados pela SEMA estadual do Pará, uma vez que o município não tem competência plena sobre os licenciamentos ambientais.

Os loteamos são organizados por grandes investidores, que compraram antigas fazendas, todas elas com morros ou serras e colinas. As fazendas possuíam muitas nascentes e reserva legal. Tudo está vindo abaixo ou está sendo aterrado, para dar lugar aos loteamentos, que são vendidos instantaneamente. Um grande negócio para o proprietário e um problemaço ambiental e urbano, mas que pode ter solução.


 Os problemas ambientais, causados pelas modificações da paisagem, com a retirada dos morros e colinas, sem estudos, e pelo aterramento das nascentes, precisam ser encarados com profissionalismo e técnica ambiental adequada. Caso contrário, no futuro Parauapebas pode vir a enfrentar graves problemas com seu meio ambiente urbano modificado.


O chavismo ao tucupi

Esse negócio do chefe do Poder Executivo intervir nas eleições para o comando do chefe do Poder Legislativo é um problema pequeno diante de tantos outros que afetam as pessoas.
Fiquei imaginando aqui, que babaquice essa minha de falar sobre "separação de poderes?". 

Os governadores sempre mandaram nos deputados. Isso é normal, por aqui. Ninguém liga para esse negócio de Legislativo ser o fiscal do Executivo e para exercer essa fiscalização, é fundamental, a total, ampla e irrestrita independência. 

O povo, com seus muitos problemas, nem liga para uma questão constitucional e republicana dessas. Isso é coisa para meia dúzia de pessoas da elite metida à besta.

Imagina se um cidadão que acorda, com o ladrão dentro de casa, vai pensar em independência entre os poderes? Ou o outro que sai quatro da manhã, lá do Distrito Industrial, de bicicleta, enfrentando a falta de ciclovias, para chegar as sete na obra, trabalhar até às cinco da tarde, pedalar tudo de volta, arriscando-se no trânsito caótico de Belém, vai pensar em República?

O chavismo é que está certo. Se a Constituição, um velho papel cheio de letras, diz que o presidente tem que tomar posse para o vice exercer o mandato e o presidente muito popular, eleito com muitos votos, impossibilitado, não pode atender a constituição, então, mude-se a constituição, ora pois!

Mas aqui eles não mudam a constituição, apenas a ignoram. É o nosso chavismo ao tucupi.

Aniversário do PV



Não vão esquecer que amanhã o Partido Verde, 43, completará 27 anos. Comemoraremos na sede da Castelo, com a presença do prefeito Zenaldo Coutinho.
Depois dos discursos, sopraremos as 27 velas, cortaremos o bolo e assistiremos o programa anual no horário gratuito.

O império da lei no Pará é potica

Hoje, olhei uma foto intrigante no Jornal, era o chefe do Poder Executivo no centro, rodeado por 22 deputados, comemorando a maioria para eleição do chefe do Poder Legislativo.
Corri, abri a Constituição Federal para ler se ainda estava escrito ali, nos princípios fundamentais, a separação entre os poderes da República. Aquele que é o alicerce da nossa instituição, segundo o qual, os poderes são independentes e harmônicos entres si. 
Não era que estava! Não entendi mais nada.

#VERDES27ANOS



O PV completará 27 anos no dia 17.01, quinta-feira, com festa em todos os diretórios municipais e estaduais pelo Brasil, que juntarão os militantes para bater parabéns, apagar as velhinhas e assistir o programa de televisão, que vai ao ar pelo horário eleitoral gratuito. 

No programa, o PV declara seu compromisso com a solidariedade, saúde, emprego, moradia. Gabeira fala que está a disposição do PV para construir e fazer o partido chegar aos novos tempos, declaração que pode ser entendi como a possibilidade de uma pré-candidatura. 

Penna e Gabeira lembram que enquanto os outros falavam em classes sociais, nós, do PV, ousávamos na defesa dos direitos dos negros, das mulheres, dos homossexuais. 

Sarney Filho mostra com o PV, com uma pequena bancada parlamentar, consegui barrar o retrocesso na legislação ambiental e fazer a defesa das terras dos Guarani-kayowas. 

O PV não esqueça da mobilidade urbana, problema que atormenta a maioria da população: quanto mais se produz e vende carro no Brasil, mais tempo as pessoas gastam paradas no trânsito das grandes cidades.

Célia Sacramento, vice-prefeita de Salvador, lembra que, incrivelmente, ela é primeira mulher e negra a conquistar um mandato de vice-prefeita na capital mais negra do mundo fora da continente africano.

O Partido Verde, 43, por tudo isto, é a melhor legenda política do Brasil e do Pará. 

Faremos, agora, nos meses de janeiro, fevereiro e março, rodadas de reuniões em todas as nossas regionais para ouvir nossos dirigentes e começar os critérios para formação da nossa chapa de 2014. 

O PV se diferencia dos demais partido, tanto pelas propostas e compromissos, quanto pela democracia interna. Os demais partidos paraenses, com raras exceções, são partidos de donos e até feudos de uma família só. No PV não. Tudo é discutido e debatido, com as decisões tomadas coletivamente. 

Se você é assim ético, ligado as questões ambientais, pensa coletivamente e quer ser candidato nas próximas eleições de 2014, ajudando o Pará a encontrar o caminho do desenvolvimento sustentável, venha para o PV. Inscreva seu nome com um pré-candidato do melhor partido do Pará e seja um político preocupado com o futuro do planeta e da Amazônia. 

Lixão de Belém

Na sexta-feira, a Comissão de Meio Ambiente da OAB recebeu um grupo representativo dos catadores do Aurá, acompanhados da ONG No Olhar, para discutir as propostas que serão apresentadas ao Prefeitura Municipal de Belém e ao Ministério Público.

A Prefeitura Municipal de Belém, independente das pendências jurídicas provenientes da licitação, e que envolvem as empresas Revita e a S.A. Paulista, tem compromisso ambiental e social com o lixo de Belém, com o aterro sanitário e com os dois mil catadores que ali se encontram.

Em 2014, segundo a Lei Federal 12.305/2010, o lixão deverá ser desativado e os catadores aproveitados em outras atividades, preferencialmente na coleta seletiva. Caso a Prefeitura não adote as providências que estão previstas em lei, o município deixará de receber recursos federais.

A briga pelo contrato de oitocentos milhões vai ser grande e demorada. As empresas usaram todas as armas jurídicas e políticas ao seu dispor. A CTR Guajará brindou os leitores de O Liberal com uma página de publicidade no caderno mercado de domingo. A Revita deve reagir.

Apenas não queremos que a disputa judicial, por legítima que seja,  torne secundário os legítimos interesses dos pobres catadores e os direitos dos cidadãos.


Guaimiaba e o Pará em desassossego

Cacique Waldecir, líder dos Tembés do alto rio Guamá, que recentemente foi vítima de madeireiros.

O que será que aconteceu nos dias que se seguiram à chegada dos portugueses aqui? O tempo era esse mesmo, nublado, portanto não dava para dormir no relento, a beira de um igarapé. Eles devem ter dormido nas três embarcações por muito tempo, até erguerem as primeiras casas seguras e com um certo conforto, feitas com o uso de trabalho escravo indígena, com certeza. 

O duro é não ter dados para analisar ou deduzir o que de fato aconteceu na nossa ocupação e colonização portuguesa. Quantos portugueses vieram nas embarcações? Vieram franceses com eles? Sim, os portugueses vieram do Maranhão, lá estava sobre o controle dos franceses. Religiosos, quantos haviam nas três embarcações? índios domados, quantos e de que tribos eram eles? Quanto tempo levou para ficar pronto o forte do presépio, primeira edificação local? 

Os índios daqui eram os tupinambas, aos poucos, foram descobrindo a real intenção daquela gente vestida de forma estranha. Trabalhar para eles, não trabalharam de livre vontade. Servir a eles de livre vontade, não serviram. Ou foram convencidos na força, ou foram enganados de alguma forma. 

Tupinambá é um denominação geral aos falantes de língua tupi, porque nambá, em tupi, significa parente. Desse forma, sabemos apenas que os índios que aqui moravam eram falantes da língua tupi, mas quem eram eles mesmo? Será que eram os nosso amigos tembés? Ou, o pior, foram todos exterminados?

Sei dizer apenas que o espirito de Guaimiaba, o cacique “Cabelo de Velha”, e de seus guerreiros, mortos impiedosamente na única rebelião indígena registrada na Capitania do Grão Pará e Maranhão ainda vaga por estas bandas em busca de justiça. 

Pouco eu sei, mas sei que os índios foram escravizados, barbarizados e domados. Razão pela qual, tenho certeza que enquanto não for resgatada a verdadeira história dos primeiros habitantes, desvendando o acontecido no dia 07 de janeiro de 1619, quando foi aprisionado e morto Guaimiaba, o líder Tupinambá, que resistiu a escravização imposta pelos portugueses, o Pará continuará em desassossego. 

Fundaram Belém, e os índios, para onde foram?


No cair da tarde do dia 11.01.1616, quando os índios tupinambás saiam para um banho de igarapé, no velho e frio igarapé do Peri, avistaram três enormes embarcações paradas na baia do Guajará. Foi um alvoroço nas tribos. Nesta noite ninguém dormiu por ali.

A notícia correu a beirada do rio Guamá, foram avisar o cacique Guaimiaba, (cabelo de velha para os mais íntimos) que estava no centro da aldeia principal, próximo do igarapé das Almas. Guaimiaba reuniu seus guerreiros, convocou os pajés e consultou os adivinhos, mas nenhuma resposta obteve. De onde vem estas coisas estranhas que correm por sobre as águas?

Guaimiabá despachou um grupo para olhar melhor e ver o que estava se mexendo dentro daquelas estranhas igarités gigantes. Da beira, olhando por entre os matos, lá pelas bandas do Tapanã, o grupo avistou homens que escondiam as vergonhas, mas viu que dentro das gigantes igaratés tinham índios e voltaram com a noticia ao "Cabelo de Velha".

O Cacique montou plantão com seus guerreiros por toda a noite. Velaram as igarités com um misto de medo e curiosidade, mas certos de que nada mais seria como antes. O futuro lhes reservava muitas surpresas, foi apenas isso que disse o fogo sagrado, consultado pelo pajé.

Na manhã do dia 12.01.1616, as igarités atracaram e delas desceram os estranhos homens pálidos, vestidos dos pés a cabeça e com aquele olhar de cobiça.


Nunca mais as vidas daqueles habitantes e donos destas terras foi a mesma. Os homens pálidos fundaram Belém. E os índios, para onde foram?

O fantasmas do cacique Cabelo de Velha e de seus guerreiros andam por ai pelo Jurunas, pela Estrada Nova, pela Condor e, principalmente pelo Guamá. Alguns destes espíritos encanam até hoje no povo humilde de nossa cidade.

Os pajés botaram mandinga nos poderosos. Nunca mais houve paz entre eles. Enquanto Guaimiabá não for vingado, haverá briga, desavença e divisão entre os homens pálidos.

Lemos contra Lauro. Barata contra Assunção. Alacid e Jarbas brigaram feio. O próprio Caldeira Castelo Branco saiu daqui preso. Pedro Teixeira e Bento Maciel Parente sempre brigaram. Jader e Hélio e Almir Gabriel cumpriram a sina ditada pelo espirito do guerreiro assassinado.

As brigas entre os descendentes dos que ocupavam o caravelão, o patacho e o lanchão sempre vai existir até o dia em que a história de Belém for contada por aqueles que estavam na praia e moravam nas aldeias.

Catadores do Aurá preparam pauta

Implantar a coleta seletiva, participar da recuperação ambiental do Aurá e atender a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, é a pretensão dos catadores do Aurá.


Uma pauta com 14 itens foi preparada hoje (11.01) pela manhã, na sede da OAB, numa reunião presidida por mim, em nome da Comissão de Meio Ambiente, e pela Patrícia da ONG no Olhar, com a comissão de catadores que representam os mais de dois mil catadores que estão trabalham no "Lixão do Aurá".

A pauta, assinada por todos, será entregue ao dr. Luis Otávio da Mota Pereira, secretário municipal de saneamento de Belém, em audiência que está agendada para acontecer na terça-feira, às 14h00, na sede da Sesan.

Zenaldo no lugar das máquinas

Magalhães Barata saia por ai, executando ele mesmo suas ordens. Xefam usou botas na baixada. Edmilson fez mutirão. Duciomar fazia o "Ama Belém".

Zenaldo Coutinho seguiu a mesma cartilha populista de mostrar serviço através destas caminhadas de gente que nunca andou na lama. Veja o vovô da direita, que não disfarça a sua falta de intimidade com a rua de lama, os tênis branquinhos dos assessores e o jeito de caminhar. Tudo é estranho para estes que seguem o prefeito.

Zenaldo conhece a baixada de Belém e a historia política da cidade, por isso deveria saber que o povo não acredita nestas atividades marqueteiras. No dia seguinte, depois que a caravana passa, nada mais acontece. Sempre foi assim em Belém, desde quando Caldeira Castelo Branco aportou aqui.

No lugar dos desajeitados assessores, a nova administração poderia, com os dez milhões que o Governador disse que está investindo no novo mutirão "Cuida Belém, cuide você também", contratar máquinas e trabalhadores para fazer o que deve ser feito, mas só depois do inverno, pois com chuva nada funciona.

Feliz aniversário Belém.

O lixo de Belém deve ser tratado com transparência

Muita gente não entendeu minha nota sobre o lixo de Belém e Região Metropolitana. Desculpem, mas vou esclarecer melhor.

Tem duas empresas brigando para prestar o contrato de destino final do lixo de Belém, duas poderosas do ramo, e receber mais de oitocentos milhões por este serviço. Não tenho nada contra as empresas.

Os prefeitos, os membros do Ministério Público, da OAB e das ONG's não podem servir aos interesses privados, reduzindo o debate do destino final do resíduos sólidos, aos interesses das duas empresas.

Todos devem ter o bom senso e buscar soluções para os seguintes assuntos:

1. Recolher e tratar o lixo com competência e por um preço justo que, a final, será bancado pelo povo através de pagamento de taxa e imposto;

2. Garantir a implantação da coleta seletiva, da logística reversa e das medidas para não produção de resíduos, incluindo a educação ambiental, medias estas que devem fazer parte do Programa de Resíduos Sólidos, decidido coma participação da sociedade e dos catadores;

3. O aproveitamento do trabalho dos 2000 catadores que hoje estão no lixão;

4. Apresentação do plano para recuperação da área degradada no atual "lixão do Aurá";

5. Escolha da nova área onde vai ser implantada e como será o "aterro sanitário" que abrigará todo o resíduos sólidos da região metropolitana;

6. Por fim, quais as prefeituras e municípios que vão participar do esforço para resolver o problema do destino final do lixo na Região Metropolitana;

Estas perguntas precisam ser respondidas com absoluta transparência e espírito público, sem qualquer pressão dos interesses privados, por mais legitimo que eles sejam.

Meros estão protegidos, em Bragança, nem tanto


O litoral de Bragança é rico em mero, mas o Pará desconhece este fato e a Lei que protege a espécie. E não é por falta de órgão de proteção. Bragança abriga o maior centro de biologia marinha do país e também uma bela estrutura do ICMBio, além de uma grande reserva extrativista, mas nada disso está sendo capaz de proteger o nosso peixão. As peixarias vendem o mero livremente para quem quiser ajudar a extinção da espécie. Vamos lá, Governo, faça sua parte.

O Mero está protegido novamente


O rapaz da peixaria me ofereceu Mero (peixão da foto). Fiquei furioso: "mero está protegido, não pode ser comercializado". O rapaz calou, guardou o peixe na caixa de isopor e eu fui embora pensando em denúncia-lo.

Cheguei em casa, fui direto para o computador atrás da portaria do IBAMA que protege o "mero". Surpresa! A proibição acabou em setembro de 2012.

A Portaria n.º 40 de setembro de 2007, havia estabelecido a proibição da captura do peixe por um período de 05 anos: "por um período de cinco anos, nas águas jurisdicionais brasileiras, a proibição da captura da espécie (Epinephelus itajara), conhecida popularmente por mero, canapú, bodete, badejão, merete e merote". 

O defeso acabou sem qualquer pronunciamento do Instituto dizendo se os objetivos da proibição foram alcançados e se a espécie saiu da lista de ameaçados de extinção. Simplesmente acabou e agora o "mero"voltou a ser capturado e comercializado livremente.

Preocupado com o fato, continuei pesquisando sobre o assunto, até que encontrei o site do Projeto Meros do Brasil e por ali, obtive a informação de que a proibição de captura do "mero"foi prorrogada por mais três anos, de acordo com a Portaria Intermininterial n.º 13, de 16 de outubro de 2012, assinada pelos ministros da pesca e do meio ambiente.

Resta agora as autoridades ambientais do Pará, fazerem cumprir a determinação legal e proibir a captura e a comercialização ilegal da espécie.

Bragança, Belém e Cametá foram arrasadas


No Pará, tem município criado recentemente, como Mojuí dos Campos, mas tem município com 400 anos, como Bragança. Tanto nas novas cidades quanto nas mais antigas, toda vez que muda o prefeito é como se tudo começasse do zero, pois ao antecessor destrói tudo antes de entregar o cargo.

Daniel de La Touche chegou em Bragança em 1613, encontrou uma civilização a beira do Caeté e arrasou tudo, matando índios caetés para implantar uma cidade francesa por ali.

Francisco Caldeira Castelo Branco fez o mesmo em 12 de janeiro de 1616. Ao chegar em Belém, encontrou o povo tupinambá, não contou conversa, acabou com o que tinha de cidade indígena, não deixando vestígio para que a história pudesse ser reconstruída. 

Pedro Teixeira também arrasou com a civilização dos camutás, que viviam as margens do rio Tocantins, em Cametá. A destruição foi tamanha, que nunca se pôde fazer ligação com passado daquele povo.

Os invasores modernos são os ex-prefeitos e ex-administradores públicos. Cada vez que termina um mandato e o prefeito deixa de eleger o seu sucessor, destrói computadores, documentos, banco de dados, deixando o novo prefeito sem ter como reconstituir a história administrativa do município. 

São verdadeiros criminosos querendo se livrar do corpo que acabaram de assassinar. Matam, esquartejam, colocam tudo em várias malas e jogam em lugares diversos para dificultar as investigações.

É como se a cada quatro anos um Danel de La Touche chegasse e matasse mais um porção de índios. 

Em 400 anos, se a história administrativa de Bragança fosse preservada, teríamos corrigido muitas falhas e contaríamos com um serviço público de excelência. Padre Nelson Magalhães vai começar tudo do zero, não exatamente do zero porque terá que pagar muitas dívidas e as despesas com a reconstrução administrativa de seu Município.

O Ministério Público Estadual e a Polícia Civil precisa agir e dar um respostas à sociedade paraense. Criem um grupo especial para receber o reclamo dos novos administradores e promovam as investigações penais, com a punição destes facínoras. 

Jarbas toma posse e exige eleições direta na OAB


"O que cobramos dos outros, temos que praticar dentro de casa", disse Jarbas Vasconcelos ao discursar e fazer coro com o conselheiro federal eleito, Wadi Damus, ex-presidente da seccional do Rio de Janeiro. Pregar justiça e democracia no Conselho Federal da OAB, com eleição direta para presidente da OAB e transparência nos ato administrativos.

Jarbas combateu o argumento de que a eleição direta impediria a eleição de um presidente da região norte, mostrando que o atual método indireto e de acordos de bastidores, muito dos quais prejudiciais a própria classe, tem se mostrado impróprio a nossa história de coerência. Ophir, por exemplo, eleito por este modelo indireto, foi o paraense que mais penalizou a advocacia do Pará quando bancou à injusta, ilegal e inédita intervenção na nossa seccional.

As perseguições de Ophir  à seccional do Pará foram, lembradas por Vasconcelos. Como o fato do interventor ter recebido uma doação de R$ 500.000,00, mas o recursos foram depois cobrados como empréstimos, após o fim da intervenção. Ophir, fazendo o que fazem os políticos que a OAB condena, deixou de apoiar a OAB Pará, mas decidiu por obras de construções de sede de subseções no Estado apenas para beneficiar os seus aliados políticos,

A posse que ocorreu no auditório Benedito Nunes, às 17 horas, do dia 02.01, teve a presença da classe, dos novos diretores, conselheiros, presidente de comissões, de convidados e dos dois candidatos ao cargo de presidente do conselho federal: Alberto de Paula e Marcos Vinicius, que discursaram pregando o combate em defesa da advocacia e das prerrogativas.

O vice-governador Helenilson Pontes, falando em nome do Governador Simão Jatene, pediu apoio da OAB para discussão do pacto federativo e da defesa da Amazônia. A ex-governadora Ana Júlia Carepa também esteve presente a posse.

Jarbas Vasconcelos, após ser empossado pelo representante do Conselho Federal e tomar o compromisso e empossar os dirigentes, conselheiros e presidentes de comissões, prometeu muito trabalho em prol da sociedade e dos advogados paraenses. Para ele, chegou o momento de nos reconciliarmos com o conselho federal.

Bragança, terra da marujada, tem um prefeito marujo


Dos 144 prefeitos que tomaram posse no dia de ontem (01.01), a mais simbólica foi a de Padre Nelson Magalhães e do Dr. Nadson (foto feita pelo deputado federal Cláudio Puty) na prefeitura de Bragança. Nelson é padre, marujo (membro da Irmandade de São Benedito, uma entidade secular, que foi duramente combatida pela Igreja Católica bragantina) e petista, exatamente nesta ordem.

Bragança não é só a cidade que primeiro completará 400 anos de fundada no Pará, constitui-se no último reduto do conservadorismo político paraense. Os tradicionais políticos locais, de tão conservador, chegaram até a fazer um pacto, nunca deixar que políticos ditos de esquerda, com idéias socializantes, chegassem próximos de um cargo público de representação popular. Esta decisão perdurou por muito tempo. Para se ter idéia, durante a ditadura militar, foram os próprios civis que em Bragança combateram os "ditos comunistas".

Figuras como Lobão da Silveira, Simpliciano Medeiros, Emilio Ramos, aliadas ao clero, dominaram a política local elitista, que agora cede lugar a uma nova ordem vinda diretamente do povo.

Quem primeiro mudou, foi a Igreja local que pois fim a uma interminável briga com as tradições populares, simbolizada na festa em homenagem a São Benedito. Padre Nelson, com o aval do bispo diocesano dom Luis Ferrando, foi uma peça importante nesta mudança.

Pároco da Igreja do Santo Preto, tornou-se membro da Irmandade e passou a freqüentar o barracão das marujas, daçando xote e retumbão, ao som da famosa rabeca. Embalado pela música e pela ladainha, que ainda é rezada em latim, as mudanças foram sendo realizadas e o povo foi percebendo que era um novo caminho bem melhor e exigiu que os novos ventos soprassem em direção a política.

Padre Nelson quebrou todos os paradigmas e tem sobre os seus ombros uma enorme responsabilidade de dar certo e concretizar a vontade de mudanças que emergiram das urnas. Basta lembrar que Bragança foi a única cidade do Brasil em que a Câmara Municipal foi renovada cem por cento, nenhum vereador foi reeleito.

Boa sorte a nova equipe e que o Glorioso São Benedito, juntamente com Nossa Senhora do Rosário dos Homens Preto, abençoe-os, dando sabedoria e humildade aos novos políticos bragantinos.

Prefeitos, cumpram o juramento!

Ontem os prefeitos de 144 cidades paraenses tomaram posse no cargo para exerce-lo por quatro anos. 

Na posse, todos eles fazem um juramento. Não é apenas uma cerimônia, o juramento é o momento mais importante da posse. 

O Chefe do Poder Executivo, diante dos representantes do povo, jura cumprir fielmente as Constituições, a Lei Orgânica e desempenhar o mandato com honestidade e zelo pela coisa pública. 

O juramento resume aquilo que o povo espera dos prefeitos. Se eles cumprirem o que juraram cumprir, teremos boas gestões e parte dos problemas coletivos estarão resolvidos. Se não cumprirem com o que prometeram, cabe aos representantes do povo cobrar ou punir o infrator. 
 

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