Recebi com pesar a noticia do falecimento do ex-governador e ex-prefeito de Belém, Hélio Gueiros. Não privei de sua amizade e nem fui seu correligionário, mas apreciava o estilo pessoal inconfundível de dizer e decidir os destinos do governo.
Politicamente participei de alguns episódios nos quais Hélio atuou como Governador, em todos, sempre agiu de forma inusitada. Como quando fui recebido por ele (foto) para tratar da parcialidade do delegado de Rio Maria na condução do inquérito que apurava a morte de Expedito Ribeiro.
Eu estava como deputado e pedi a audiência atendendo o solicitação do presidente do PCdoB, Newton Miranda. Após ouvir atentamente o relato feito pelo dirigente do PCdoB, reforçado por mim, Hélio chamou o coronel, ajudante de ordem, e indagou de quem era a indicação do tal delgado. O Coronel passou-lhe uma ficha, Hélio leu atentamente e depois revelou aos presentes que o policial havia sido indicado por dois fortes e influentes deputados do sul do Pará. Hélio exclamou: - o rapaz tem a costa quente! Virou-se para o Coronel e determinou: - exonere. Em seguida, olhou para o Newton e solicitou: - manda um nome do PCdoB para eu nomear como delegado. Tomamos um susto com o inusitado, mas Newton agradeceu e disse que apenas desejava um delegado de carreira, que conduzisse de forma isenta as investigações.
Este era o Hélio de muitas histórias. Que sua alma siga serena, com a certeza da missão cumprida, para o encontro com Deus e daqui envio os pêsames aos seus familiares, amigos e correligionários.
zecarlosdopv@gmail.com