Nesta terça-feira, quando completa 100 dias, o governador Simão Jatene, dando um pouco de vida ao Hangar, fará ali uma cerimônia para anunciar a “Agenda Mínima” de governo, uma bela jogada de propaganda.
A estratégia funciona assim. Na campanha vende-se a imagem de um homem de palavra com o bordão “Dito e Feito”. Durante a campanha fala-se de tudo, critica-se o adversário combrando o máximo, promete-se tudo genericamente. Os problemas paraenses são maximizados e as soluções minimizadas.
Decorridos cem dias, avalia-se o que tem de recurso possível, e para rimar com o bordão, diz-se que as promessas de campanha serão todas resgatadas, relaciona-se um conjunto de obras e intervenções que é a chamada de Agenda Mínima.
O Pará, na verdade, precisa é de uma Agenda Máxima capaz de resolver as desigualdades regionais, motor propulsor do separatismo; Uma conjunto de ações que resolva as graves questões economicas que ainda nos submetem a um colonialismos, cujo Companhia das índias é a Vale do Rio Doce; de articulações intirucionais para as questões tributárias, que nos deixa de pires na mão perante a União; de políticas públicas para o atendimento de saúde, educação, saneamento, transporte; precisamos de uma plano estadual de segurança pública, pois somos obrigados conviver com déficit histórico de vagas nas casas penais; que auxilie e organize o setor produtivo, principalmente dando assistência e financiamento a pequenos produtores, incluíndo o pescador industrial e artesanal.
O Governador Simão Jatene deve repetir a mesma lógica do mestre tucano FHC. O Estado cuida das grandes questões e repassa as responsabilidades cotidianas para os municípios. Educação básica, atenção básica de saúde, assistência social, transporte escolar, saneamento, etc. Tudo isto fica nas costas do coitado do prefeito.
Depois de lançada a Agenda Mínima, o Governador chamará os prefeitos e assinará com os mais chegados, convênios, devidamente fotografado e publicizado. Os prefeitos, após a empolgação da cerimônia, enfrentaram a burocracia para tirar certidões e se habilitarem as verbas que serão liberadas por parcelas sempre com a interferência de um deputado abençoado pelo Governador. Em troca o deputado garante o voto no parlamento. O prefeito fica com a responsabilidade de atender a população, mas receberá recursos aquém das necessidades do município e sempre que não for liberado a parcela, a culpa também será sua por está inadimplente.
Quando a imprensa cobrar soluções para o problema da comunidade, ouvirá um discurso de solidariedade por parte do Governador e a firme decisão de prestar apoio para que o prefeito atenda os seus cidadãos, não sem antes dizer da importância política do município e das autoridades locais, por estarem bem mais perto do cidadão.
Amanhã, depois de anunciada, desenvolverei aqui uma analise do conteúdo da Agenda Mínima e desvelarei outros interesses embutidos na esperta estratégia. Por enquanto, basta ficar com aspecto publicitário do evento.
Dai para frente a Agenda Mínima vira sinônimo do que foi dito durante a campanha e será feito durante o governo. O verdadeiro programa de Governo. Genial. Já deu certo uma vez, pode dar certo de novo. Será? Lembrem-se apenas que Karl Marx, plagiando Hegel, escreveu um dia que a história se repete: primeiro, como tragédia; depois, como farsa.