O poder cega! ...Ou deixa você caolho, ou vesgo!.
A professora Edilza, após uma bela festa do seu blog, bem freqüentada por sinal, conforme podemos ver nas fotos, resolveu escrever uma resposta ao meu post “O Poder Cega”.
De cara questionou logo o título, fazendo uma grandíssima confusão sobre o Poder e o povo, mas, estranhamente, ainda o apimentou, dizendo que o poder, além de cegar alguns, pode deixar outros caolhos ou estrábicos. Gostei do título.
Edilza, o comportamento humano no exercício de uma determinada parcela de Poder, já foi longamente abordado por inúmeros autores, bem mais competentes que Eu. Para não nos perdemos em citações, basta você apreciar um grande tratado sobre o tema, o Livro dos Reis de Israel.
Ali, Deus, que você pode livremente trocar para o povo, entregava o poder a determinada pessoa ungida, mas cada uma tinha um comportamento diferente ao exercê-lo. Deve ser dai que se originou a crença popular, que citas, expressa em inúmeros ditos,como este: “quer conhecer o cristão, dê-lhe o bastão.
O sábio rei Davi e seu sapientíssimo filho Salomão tiveram grandes percalços durante seus reinados, fruto da fragilidade e da brevidade da existência humana.
O Povo deve ser estimulado a entender e exercer o poder, mas deve saber que o porteiro de um prédio, no seu poder de triar quem deve ou não entrar, as vezes comente exageros. Por isso, Edilza, existe o administrador que o corrige e aplica as normas do condômino. Nas repúblicas democráticas isso é feito pela repartição de poder, também chamada de freios e contrapesos.
Em seguida, a Professora, diz o obvio: ninguém constrói relações de poder sozinho. Edilza, nem os coronéis! Mas, e daí?
Agora leia o que se pode interpretar do que você escreveu: O novo Diretório Regional eleito, na sua primeira reunião, resolveu negar o espaço de vice-presidente a um membro da tendência da Governadora e ainda decidiu impor-lhe um nome para Casa Civil. Bela maneira de resolver uma crise conjuntural! E é com esse pensamento tosco, oportunista e instrumentalista que queres garantir a sobrevivência deste projeto, que chamas de nosso?
Se o PT faz política com aliados, deveria decidir com os aliados, não achas Edilza? Mas, ao contrário, preferiu reunir o Diretório Regional recém eleito para tentar pisar na jugular da Governadora, pouco interessando a opinião dos “aliados”.
Duas perguntas, só para ficar claro, Edilza: O PT não concorda que um de seus filiados instrumentalizasse a Casa Civil para interesses menores de seu grupo e de sua candidatura a deputado federal, por achar que aquele órgão é do povo e deve servir ao bem comum? Ou uma parte do PT quer a Casa Civil para controlar o governo e colocá-lo a seu serviço e do aliado preferencial?
Se for a primeira resposta deve sair o Puty e entrar um não candidato que entenda a Casa Civil como um órgão estratégico de um governo de todo o povo. Se for a segunda, aí o Everaldinho é o homem certo e o errado sou eu que me metia onde não fui chamado e devo agüentar as conseqüências deste meu ato impessado.
Edilza, o grande equivoca está nesta confusão que fazes (alias muita gente boa comete esse erro) entre o público e o privado.
O Estado é a soma de uma parte da liberdade de todo povo. Fazemos isso para garantir a paz social, a liberdade individual e o bem coletivo. O poder deriva da liberdade de todo o povo, que abre mão de uma parcela desta sua liberdade em nome do bem comum. Exercer-lo, significa garantir o bem de todos e, ainda, zelar pela liberdade individual de cada qual.
O Estado e o governo deste Estado pertencem ao povo. Nos quatro anos em que dura o mandato, o exercício do governo está delegado democraticamente, pelas urnas, ao PT e seus aliados (os do primeiro turno, o do segundo turno e os da governabilidade), mas é para exercer-lo em nome do povo e para o povo.
Isto parece básico, lição primária não é Edilza. Você dá aula disso. O problema é que existe a Professora Edilza e a futura deputada Edilza, esses dois seres entram em conflitos. A professora Edilza sabe tudo o que os tratados sobre poder dizem. Mas a candidata Edilza quer ganhar a eleição. O que fazer para conquistar aliados ou não perde-los para outros? Não te aborrece, qual das duas Edilzas estavam na Escola de Governo e na coordenação do PTP?
O PMDB é imprescindível para o PT, para o Governo ou para ambos? E o PT não é e não foi imprescindível para o PMDB?
Nunca na história do Pará o PMDB ganhou tanto com uma aliança, Edilza. Nem na época do Hélio Gueiros. Você está vendo crise no lugar errado. O DR do PT pode reunir quantas vezes quiser mudar, o secretário que quiser, mas o Jader só vai dizer sim para vocês quando ele quiser e interessar.
Enquanto você me ataca, ao Puty, a Governadora, Jader cresce. Parabéns para ele que é um mestre neste jogo, enquanto nós estamos de fraldas, Edilza. Quem escolheu o PMDB como aliado foi o PT, o povo não foi chamado para votar em alianças. Não existem conversas obstruídas, Edilza. Existe é uma tática eleitoral em curso. Será que é difícil enxergar isso? Parece que sim, pois enches de razão o PMDB.
Eu não falei em nome dos Partidos, apenas citei-os como força de argumentação. O PT quer o Paulo Rocha como senador? É um direito seu, mas precisa combinar, falar com os setores da sociedade, foi isso o que eu disse no meu texto. Você interpretou como ameaças porque quis.
Encerro com a convicção de que a sabedoria popular, cada dia que se passa, vem sendo confirmada pela ciência e pela a academia. O que de fato é verdadeiro, Professora Edilza: “O Poder Cega”.