O Poder cega

Tem coisa que parece obvia para quem está de fora do problema, mas que os envolvidos não percebem. Porém, tem outras que os envolvidos fingem que não estão vendo.

É o caso da relação entre o deputado Paulo Rocha e o deputado Jader Barbalho.

Paulo Rocha, no afã de conquistar o segundo voto do PMDB para sua candidatura a senador, esta se deixando usar por Jader para criar dificuldades para o Governo de Ana Júlia. Isto é cristalino, mas o Paulo não vê ou finge que não percebe.

É o que está acontecendo no episódio da recente troca do Chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, ligado a Governadora, como manda a boa técnica, por um membro da tendência de Paulo Rocha, Dr. Everaldo Martins.

Quiseram agradar Jader, acenando com mudanças em sua direção. Afinal Everaldo é do grupo de Paulo, interlocutor privilegiado de Jader e o PT santareno já mantém um canal com o PMDB.

Nunca tinha visto isso no Pará. Veja se Jader abriu mão da Casa Civil em 1983 ou 1991. Em 1983, podia pedir ao seu amigo, o Coronel Alacid Nunes, que indicasse o chefe da Casa Civil, alias Alacid foi decisivo na sua primeira vitória, mas não o fez, como não fez em 1991, quando nomeou Manoel Ribeiro. Se não tivesse Manoel naquele lugar, como é que nomearia mais de quatro mil temporários só no último dia de Governo?

Fui o Chefe da Casa Civil que mais demorou no cargo, mas a função honrosa me valeu o sacrifício de não concorrer a um cargo eletivo.

Agora o PT, leia-se Paulo Rocha, forçou a Governadora a indicar um membro de sua tendência, Dr. Everaldo Martins, que simplesmente é irmão do candidato a deputado federal Carlos Martins. Veja o problemaço que Paulo Rocha criou.

A Governadora não mantém com Everaldo uma relação de trabalho e de política interna. Nestes meses de governo e de campanha vai ser obrigado a criar. Enquanto isso não acontecer, por problemas de funcionalidade,  muita coisas vai ser decidida e executada fora do âmbito da Casa Civil, esvaziando o seu papel e causando um constrangimento para o novo titular, criando, desnecessariamente, um baita de um problema em plena campanha eleitoral.

Os partidos com quem a Governadora está conversando, PV, PSB, PCdoB, PP, PDT, PRB tem como estratégia eleitoral justamente eleger um deputado federal, cargo almejado pelo irmão do novo chefe da Casa Civil.

Eu, o Ademir Andrade, o Newton Miranda, o Gerson Peres, o Giovani Queiroz, o Pastor Raul Batista, mesmo com toda boa vontade e respeito pelo novo titular do órgão, por obvio, não teremos nele um interlocutor, pois no mínimo, não temos como revelar os nossos redutos de votos e nem nossas estratégias eleitorais. Sob pena delas caírem no conhecimento de um outro concorrente ao mesmo cargo.

E mesmo que o Dr. Everaldo Martins use de toda ética com os aliados, e os aliados resolvam dar-lhe o crédito de confiança, na primeira desinteligência, isto virá a tona e poderá ser em plena campanha.

Será que o Paulo Rocha não pensou em tudo isso? Eu entendo a sai justa que o PT e o Paulo Rocha colocaram a Governadora, Mas aproveito para lembra-lo que estes outros partido também tem voto para Senador? Não sei se mais ou menos que o PMDB, mas tem e pode fazer muita falta na hora da apuração e proclamação do resultado.

 

Posts Comments

©2006-2010 ·TNB