Não sou de arranjar culpados, mas no caso do deputado Domingos Juvenil está dificultando a vida da Governadora, penso que a culpa é do deputado Miriquinho.
O atual Regimento Interno da Assembléia Legislativa teve a sua votação coordenada por mim que fui o seu relator. Tive o cuidado de corrigir uma distorção que vinha do tempo das brigas Arena x MDB, durante o bipartidarismo na vigência do Golpe de 64.
Naquela época, a Arena foi traída durante uma eleição de Mesa e, para dar o troco, retirou todos os poderes do primeiro secretário, concentrando-os nas mãos do Presidente da Casa.
No novo Regimento, resolvemos distribuir o Poder dividindo-os entre o Presidente e o primeiro secretário, assim, poderíamos alcançar mais transparência administrativa e mais democracia interna. Essa era uma bandeira parlamentar do PT.
Logo após a vitória do PT, durante a composição da Mesa Diretora, a Governadora teve a inteligência de cumprir o acordo difícil com o PMDB, que era dar a Presidência da Assembléia, mas elegeu o primeiro secretário, Deputado Miriquinho Batista, como um homem de confiança do PT para dividir o poder, e, assim, facilitar a governabilidade.
Logo nas primeiras despesas, Domingos Juvenil resolveu ordenar sem ouvir Miriquinho, este, acertadamente, pediu explicações gerando a primeira crise no Legislativo.
Domingos Juvenil não explicou, ao contrário, pediu o processo de volta e fez o segundo secretário assinar, em substituição ao primeiro, mesmo Miriquinho estando na Assembléia.
Se o Deputado tivesse feito valer sua autoridade e o que determina o Regimento Interno da Casa, indo até as últimas consequências, inclusive denunciando a despesa para o TCE e MP, Juvenil teria recuado e o Poder estava dividido dai por diante, facilitando a vida da Governadora.
Mas ao contrário, Miriquinho cedeu, calou, aceitou e o Poder imperial do presidente voltou ao período Militar de 1964, em grave prejuízo para a Governadora Ana Júlia, para o Partido dos Trabalhadores. E, por que não dizer, ao Pará.