A legislação brasileira diz que só existem candidatos e campanhas após as convenções partidárias, que podem ser realizadas, segundo o calendário eleitoral do TSE, a partir do dia 10 de junho de 2010. Mas o clima de campanha está por todos os lugares.
Os jornais e grande imprensa falam em candidatos a presidente da república e acompanhas as agendas. No Estado comentam-se pesquisa, percentuais de aprovação, rejeição e possíveis coligações.
Nos escritórios políticos reúnem-se líderes, acertam-se apoios e esquemas de campanha são montados. A movimentação é monstruosa.
Até um empréstimo para compensar perdas das receitas que o Pará suportou por causa da crise é tido como moeda eleitoral. Deputados bradam aos quatro cantos, impunemente, que não vão aprovar o empréstimo por que é um cheque em branco para Governadora usar na sua campanha de reeleição. Isto é absurdo e criminoso.
Quando estava na Assembléia Legislativa, na condição de líder do PT, oposição ferrenha ao Governador Almir Gabriel, lembro-me de um episódio importante envolvendo empréstimo.
O empréstimo BID, referente à macro drenagem da Bacia do Una, havia vencido sem que o Governo atentasse para o prazo de autorização legislativa. Prato cheio para quem era de oposição. Nem precisava de votos para ganhar a questão, bastava alegar a falha e desmoralizar o Governo. O problema é que o povo seria prejudicado.
Qual foi a atitude do Partido dos Trabalhadores quando procurado pelos deputados da bancada governistas pegos de calças curtas? Pensamos no interesse das pessoas sofridas que moravam nas baixadas da cidade de Belém e aceitamos votar o projeto com data retroativa e assim viabilizar as obras.
Almir Gabriel e o PSDB, passado o susto e viabilizado o recurso, nunca citaram esse gesto nosso, pelo contrário, usaram a obra para nos derrotar eleitoralmente. Como deputado e líder do PT na Assembléia Legislativa jamais me arrependi, fiz e faria tudo de novo, e da mesma forma, sempre pensando no interesse da população.