Transamazônica, sexta feira, 19 de março. Saímos de micro-ônibus às sete da manhã de Tucurui com destino a Altamira, os membros da executiva do PV vão para o Encontro Regional do Xingu e querem viver a realidade das estradas paraenses.
A estrada é de piçarra, poucos, mais pouquíssimos trechos de asfalto, são tão poucos que nem uma diferença faz no tempo ou no conforto da viagem.
Passamos por Novo Repartimento, um município pobre e desarrumado. Atravessamos o centro da cidade de Pacajá. Cortamos Anapú, ali nos lembramos da Irmã Doroty e comentamos como ainda se mata por terra aqui no Pará?
Em Belo Monte tem a balsa para atravessar o Rio Xingu, antes, porém, passamos pela entrada de Souzel, este é o nome antigo do município de Senador José Porfírio, era uma homenagem as cidades portuguesas como é Almerim, Gurupá, Bragança, Vigia, Santarém, apenas para citar algumas.
Mudaram o nome sem combinar com os moradores. Depois de atravessar na balsa em Belo Monte, apreciar o Rio no trecho que vai ser modificado pela Hidrelétrica, margear a volta grande, local onde será instalada a casa de força principal, seguimos em direção a Altamira, mas ainda faltavam uns 40 quilômetros.
A viagem demorou dezesseis horas, de Tucurui até Altamira foram onze, e de Belém foram cinco horas.
A conclusão é que houve muita alteração no ambiente ao longo da Transamazônica. Pelo tamanho de algumas castanheiras que ficaram isoladas, perdidas no meio de florestas de babaçu, dá para ter idéia do tamanho da floresta que existia ali.
A mata agora está muito longe. No seu lugar ficaram as dores, os sofrimentos de colonos e de suas famílias. Tudo por aqui é muito difícil.
O acesso aos serviços básicos de saúde, educação e transportes é dificílimo. A União deve muito a essa gente e mais ainda ao Governo do Pará e as prefeituras da região. Será que Belo Monte resgatará a divida ou agravará o caos? Não dá para esperar de braços cruzados.