Baião é um belo município da região do Tocantins, mas, depois das novas estradas, ficou perigosamente isolado. Para chegar à sede do município você pode ir de barco de linha ou pela Estrada PA-151. Nestes dois casos, a última parada é Baião. Há uma estrada de terra aberta por madeiros que vara para PA-150 na altura do município de Tailândia.
Aproveitando-se desta logística, bandidos invadiram a Cidade e assaltaram o Banco local. Não bastasse o prejuízo do assalto, a única agência bancária fechou as portas deixando a Cidade no prejuízo.
O prefeito Nilton Lopes de Farias, popularmente conhecido como Saci, liderando um grupo de políticos para reivindicar a abertura do Banco. A Cidade não pode ficar sem os serviços bancários. Abram o Banco e chamem a puliça.
Saci, um Prefeito Quilombola
O prefeito Nilton Lopes, Saci, merece ter sua história contada. Nasceu na Comunidade Quilombola de Umarizal. Com muito empenho cursou a Escola Federal Agrícola de Castanhal.
Formado foi trabalhar nas pastorais da Prelazia de Cametá, apoiando agricultores e a agricultura familiar. Viveu toda transformação da região do Tocantins antes e depois da Barragem.
No seu trabalho pastoral conheceu e se apaixonou por uma santa de nome Liduina. Ela, uma missionária holandesa, resolveu largar o bem bom da Europa e se embrenhar pelas matas da Transcametá, apoiando a população carente. Os dois, embora tenham a opção de morar até fora do Brasil, fixaram residência em Baião e de lá do seu cantinho, onde criaram dois maravilhosos filhos, o Nil e a Nina, fazem o bem, com consciência ambiental e política, sem paternalismo.
Viva o prefeito único prefeito quilombola e sua Madre Liduina. Vocês merecem.
Baião, um pouco de história
O município de Baião originou-se de um povoado fundado em 1694. O governador e capitão-general do Estado do Maranhão e do Grão-Pará, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, reconhecido como donatário da Capitania do Camutá, integrou como doação ao português Antônio Baião uma vasta Sesmaria, com a condição de que fundasse um povoado. Impôs a Baião, a condição de que tal povoado deveria localizar-se à margem do rio Tocantins e que ele construísse uma casa grande e decente. Antônio Baião aceitou a oferta e cumpriu o compromisso pactuado, fundando o povoado, longe de Camutá, convertendo-o em sede da Sesmaria.
Em 30 de outubro de 1769, o capitão-general e governador, Fernando da Costa de Athayde Teive, consagrou a doação efetuada por Coelho de Carvalho e outorgou ao lugar o nome do sesmeiro, batizando-o de Baião. O encarregado de executar a ordem foi Manoel Carlos da Silva, então Diretor de Índios.
No ano de 1833, o conselho do Governador da Província, nas suas sessões de 10 a 17 de maio, promulgou uma Resolução através da qual o “lugar Baião” foi elevado à categoria de vila, recebendo a denominação de Nova Vila de Santo Antônio do Tocantins. Na mesma Resolução foi determinada a instalação da sua Câmara Municipal, tendo como presidente o padre Francisco Gonçalves Martins e Pontes, o que veio a acontecer no dia 17 de outubro de 1833.