Jogadores estimulam crimes

Outro dia desses Ronaldinho saiu com dois travestis para fazer programa. Escândalo nacional. A população ficou chocada com as atitudes do Jogador, que são prá lá de inaceitáveis.

Dias depois a TV Globo abiu sua tela e seus microfones para que Ronaldinho, numa jogada de marketing da sua assessoria de imprensa, pedisse desculpas e saísse com a barra limpa, usando capacidade de perdoar do povo brasileiro.

Agora foi o jogador Adriano. Saiu de uma partida, foi ao baile, bebeu, aprontou o maior quebra-quebra com a participação de sua namorada, escândalo lamentável.

Novamente a população brasileira fica chocada com a atitude deste ídolo do mais popular esporte nacional.

No domingo de guarda, dia santo para os católicos, o Fantástico exibe imagens e a versão do Imperador. O Jogador chora, mostra-se jovial e inocente, outra jogada de assessores de imprensa. Novo perdão popular obtido.

Veja bem. Não sou puritano e nem gosto de hipocrisia, mas que tipo de sinal estão querendo passar para a nossos juventude?

Imagine um jovem, torcedor do Flamengo, questionado pelo pai porque foi a uma festa, bebeu até não agüentar mais, brigou com a namorada. Vai dizer: pô pai, só o Adriano pode, qual é?

Qualquer dia desses a Emissora vai fazer o mesmo com os políticos, ai estamos perdidos. Já pensou a cena: Arruda sai da cadeia, faz uma entrevista especial, chora diante da tela e consegue ser perdoado pelo povo? Estamos fritos.

Na mesma edição, o Fantástico exibiu imagens de Vágner Love freqüentando baile funk escoltado por traficantes armados. Questionado, disse que acha isso normal. Os assessores de imprensa, diante da repercussão, vão providenciar o mesmo esquema de perdão popular.

Na verdade nós estamos é fazendo concessão para o crime e para o que não deve ser feito. Os jogadores, os políticos, os artistas devem dar exemplo para a sociedade e não estimular comportamentos criminosos e amorais.

A nossa juventude está entregue as drogas e a violência toma conta de qualquer canto deste país. Em nome da memória de Glauco, digo: basta de concessões criminosas.

 

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