Violência urbana, violência doméstica, violência contra crianças, violência, violência é só o que se houve nos noticiários.
Este é o país da violência? Mas de onde vem tanta violência assim? O Estado se arma, os bandidos se armam. Violência gera violência, diz a máxima.
Um grupo humano para viver junto, formando uma sociedade, precisa de regras claras, justas e aceitas por todos. Uma sociedade não se forma sem que as famílias estejam coesas. Uma sociedade não se forma com base em injusta distribuição das riquezas e dos serviços. Quando isso acontece, duas reações podem ser verificadas.
As pessoas, de forma coletiva, reagem e mudam as regras. Mas para que isso aconteça é preciso que todos ou a maioria tenha compreensão sobre a realidade e coesão sobre as mudanças necessárias.
No Brasil, no momento, não temos esta compreensão e nem a coesão para mudar. A reação então é de indivíduos ou pequenos grupos, que despolitizados, buscam a sobrevivência instintiva. As famílias estão destruídas e a sociedade não consegue frear os instintos dos seus integrantes.
Neste estágio, o Estado que deveria ser mínimo, tem seu poder ampliado e passa, perigosamente, a assumir o papel das pessoas, das famílias e da sociedade.
O aparato policial começa a executar pessoas, autorizado pelo silêncio conivente dos órgãos de fiscalização e pelo medo da maioria. Os órgãos de investigações invadem a privacidade das pessoas, tudo em nome da paz social.
Os legisladores inventam regulamentos sem legitimidades e equivocados. O Estado assume o papel das pessoas, tutelando-as de forma excessiva.
Uma briga de casal está regulada pela Lei Maria da Penha. A criação e a educação das crianças e adolescentes está disciplinada pelo ECA.
O Conselho Tutelar, o próprio nome já diz tudo, tutelar; é um instrumento do Estado para invadir as casas das pessoas e tutelar suas vidas; não me venham com história que os conselheiros são eleitos; mas, entendo, foi essa a única forma encontrada para dizer as pessoas como criar seus filhos dentro da Lei.
A educação sexual, antes tarefa dos pais, passou a competência do Estado, através da Escola e de um estranho monitor ou monitora, com seus costumes e culturas diferentes.
Todo o esforço para barrar a violência e mais violência acontece. Lei do desarmamento foi a solução que meia dúzia de acadêmicos, mal formados, encontram para convencer-nos que era possível, com essa media, controlar as armas dos bandidos. Nada. Eles estão armados e a população refém dentro de suas próprias casas.
Estamos indo pelo lado errado. Precisamos de medidas urgentes que reforcem a sociedade. É a sociedade que precisa ser forte e não o Estado.
Agora, cá pra nós, não teremos sociedade forte sem distribuição de renda.
Enquanto meia dúzia poder gastar até cinco salários mínimos para cuidar de um cachorrinho, enquanto a maioria tem que ralar muito para adquirir um quilo de osso e com ele fazer uma sopa para alimentar seus filhos. Enquanto a riqueza nacional foi destinada a pagamento da divida externa ao invés de gerar emprego e acesso a serviço público. Enquanto os políticos brasileiros corruptos ficarem impunes, respondendo a processos e continuarem com o direito de concorrer às eleições como se nada tivesse acontecido. O povo reagirá com mais e mais violência, infelizmente numa guerra de pobres contra pobres. Mas é o exercício do direito natural a sobrevivência e isso ninguém vai poder evitar.