Vocês que nunca visitaram Bragança no Pará não sabem o que estão perdendo. Ainda mais nestes dias de dezembro quando acontece a culminância da Festa de São Benedito, a Marujada.
Bragança esta tomada de gente, cheia de sabores e cores. Pessoas da região e de todas as partes chegam para as festas. A culinária é própria, pato no tucupi, maniçoba e peru caipira, tudinho acompanhado da melhor farinha do Brasil e não é exagero não. O Santo é preto e as roupas das marujas, um dia azul e no ouro o vermelho, mas com chapéus de penas cheinhos de fitas de todas as cores.
A devoção é demonstrada por missas, ladainhas e procissão, mas que procissão. Promessas são pagas com donativos que são leiloados. No leilão tem de tudo, capão, capado, barrão, novilhas, quadros, pássaros, pitombas, muitas pitombas, que são usadas como arma numa deliciosa guerra, guerra de pitombas, vocês acreditam? Da guerra de pitombas todos participam. Ninguém pode ficar em pé que leva uma pitombada bem no cocuruto.
A festa tem muitos anos, mais de duzentos, e foi criada pelos negros e negras. Mas o senhores também participam, são os juízes e juízas. Tudo, porém, se mistura no barracão quando a rabeca começa a tocar um forte retumbão. Aí vem uma série de mazurcas, chorados e valsas e as marujas e marujos dançando desde amanhã.
Olha gente, vale a pena ir a Bragança, vale a pena!
*Fotos: Tarso Sarraf