Esta é a Estação Gumercindo Rodrigues que fica ali no começo da Treze de Maio, no Comércio de Belém. Quem foi Gumercindo Rodrigues? Você não sabe? Quanta ignorância. Gumercindo Rodrigues foi motorneiro de bonde na antiga Belém, que seu neto querido, o ex-prefeito Edmilson Rodrigues, resolveu homenagear, resgatando o bonde turístico pelo centro da Cidade e dando o nome do avô à Estação. Foi no finalzinho dos oito anos de mandato começado em 1997. Os trilhos, a estação e o bonde ficaram prontinhos, mas Edmilson não conseguiu eleger o sucessor e Duciomar, com apoio decisivo de Simão Jatene, foi eleito o novo prefeito da Cidade.
Natural da Vila de Tracuateua (Taracuá-teua - abundância de formiga taracuá) na época Bragança, Duciomar viu o trem, mas não cresceu vendo o bonde e com certeza não foi só por isto que abandonou o bonde, a estação e os trilhos.
Durante os primeiros quatro anos do novo mandato, o bondinho ficou lá, parado. Os trilhos foram, aos poucos, pelo efeito do tempo e do desuso, sumindo. A quem perguntava, Duciomar não poupava de criticas o projeto. Entre o final do primeiro mandato e o início do próximo, Duciomar anunciou que havia encontrado a solução para o Bonde, o bicho entraria na era da modernidade e aderiria ao projeto de biocombustível do presidente Lula. O motor foi trocado, os trilhos limpos, estação Gumercindo Rodrigues lustrada, equipe contratada, propaganda encomendada, e lá foi o Bonde cumprir seu papel de marqueteiro eleitoral. Rodou um pouquinho, serviu para o "Jambu do Caveira" desfilar no Carnaval com a bela Élida Braz ao seu lado, mas um acidente o tirou de circulação novamente. Hoje a Estação, o Bonde e os trilhos estão dominados pelas formigas taracuá, importadas para Belém, a espera do Neto do motorneiro voltar a comandar, se o povo quiser, o Palácio Azul.