Dividir o Pará pra quem?

Alguns amigos do PV de Santarém, quando querem me provocar, lembram que numa conversa com eles, disse que era favorável a debater a possível criação do Estado do Tapajós. Sim, disse e repito: não sou contra debater a criação de qualquer Estado e, mais, não sou contra criar outros Estado no Brasil. Alias, não sou contra rediscutir a Federação brasileira. Mas o que eu não posso concordar é com a sacanagem que alguns políticos, apenas com interesse exclusivo deles, querem fazer com o povo. Os meus amigos do PV de Santarém, e não são todos, que me desculpem.

Começa que o plebiscito foi votado numa sessão simbólica de quinta-feira pela manhã, com pouco mais de 10 deputados em Plenário.

Na véspera da decisão sobre o plebiscito havia sido debatido o Código Florestal e o deputado Lira Maia e Geovani Queiroz, através do Líder do DEM e do PDT, usando a pressão dos ruralistas, chantagearam o Governo para colocar em pauta os decretos legislativos que autorizavam o plebiscito.

O deputado Wandenkolk e um outro de Goiás, que não lembro o nome, eram os relatores das duas matérias, mas nem escrever o relatório eles se deram ao trabalho, o relatório foi feito de boca, na hora, ali mesmo no meio da confusão, pois o Líder do Governo, Sibá Machado, quando viu a cagada, tentou recuar, mas Antônio Carlos Magalhães Júnior, o Malvadezinha, baiano da terra de Duda Mendonça, ameaçou acabar de vez com as sessões simbólicas.

O deputado de Goiás, no relatório de boca, disse que era a favor da criação do estado do Carajás em homenagem a seu pai que tinha uma fazenda em Xinguara, pode? Que argumento cientifico e consistente. É brincar com a cara da gente. Um goiano homenageia seu pai repartindo o nosso território e vocês acham que eu vou levar essa proposta a sério?

Em meio a pressão, os decretos foram aprovados com o voto simbólico de pouco mais de cinco líderes presentes numa manhã modorrenta de quinta-feira. Como é que eu sei de tudo isto? Ninguém me contou, estava em Brasília neste dia e assisti tudo, tudinho.

A decisão pelo plebiscito revela o oportunismo e descompromisso com o que é certo e bom para o povo. Os políticos desta duas regiões apenas mais cargos e nada mais. Seis vagas de senador; 16 de deputado federal, uns 44 deputados a mais; duas vagas de governador e vice; desembargadores, procuradores do Ministério Público; conselheiros no novo tribunal de contas; secretários de estado; cargos de DAS e Assessor Especial…

E o povo o que ganha com isso? conta, conta e mais conta em imposto para pagar a cada compra feita no novo estado. Quem produz cacau na Transamazônica vende em Altamira e vai continuar vendendo em Altamira. Quem produz gado e vende em pé para o Líbano, vai continuar vendendo em pé para o Líbano. Quem deve um carnê na LEOLAR vai continuar tendo que pagar a prestação todo mês. Quem está subjugado e escravo numa fazenda do Carajás dependerá de uma ação do Ministério do Trabalho, pois Geovani é fazendeiro e amigo dos fazendeiros e continuará assim, porém um pouco mais rico.

Por tudo isto e muito mais digo Não e Não!

 

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