O dia de ontem deve ficar profundamente marcado nas vidas daqueles que lutam por uma sociedade justa, igualitária e ambientalmente equilibrada. Enquanto os povos da floresta pranteavam seus lideres Zé Claudio e Dona Maria, brutalmente assinados por madeireiros em Nova Ipixuna, fazendo voltar a violência e a impunidade ao Pará. Na Câmara, os representantes destes devastadores, assassinavam a lei que protegia os nossos recursos naturais.
A Câmara dos Deputados aprovou na noite de ontem, 24.05, por ampla maioria de votos, o novo Código Florestal, decretando drásticas mudanças no sistema de proteção dos nossos Biomas. Apenas dois partidos se mantiveram firme na defesa dos recursos naturais e do meio ambiente da ganância dos madeireiros, fazendeiros, arrozeiros, carvoeiros e sojeiros, o Partido Verde e o PSOL.
A nova lei concedeu anistia a quem violou a lei e foi multado pelo IBAMA. Diminuiu a áreas de reserva legal, incluindo as APPs no cálculo. Permitirá atividades agrícolas em áreas de proteção permanente. Mas vai ser na Amazônia onde o novo código imporá as maioria das mudanças.
A nova lei mudou de bioma amazônico para Amazônia legal e dividiu a proteção em três biomas, Amazônia floresta, Amazônia cerrado e Amazônia campos gerais. Com isso, todas as terras da região do sul do Pará, terão redução da reserva legal de 80% para 35%, mesma coisa ocorrerá no Planalto Santareno e a parte da Ilha do Marajo onde se localizam as áreas de campos de natureza teve a reserva legal reduzida para 20%.
O novo código florestal altera radicalmente o sistema de controle e fiscalização, transferindo para os órgãos estaduais parte da competência de definições ambientais e da própria fiscalização.
A derrota que sofremos ontem foi consequência da nossa derrota eleitoral, quando os verdes, mesmo tendo candidata a presidente da República, não conseguimos eleger os nossos deputados federais.
Os ruralistas, pelo contrário, depois de serem derrotados na Assembléia Nacional Constituinte, passaram a investir nas eleições e ontem mostram que elegeram a maior bancada dos últimos tempos e usaram a maioria para aprovar uma lei contra o meio ambiente e a anistiar aos criminosas ambientais. Liderados por Ronaldo Caído e Katia Abreu a UDR ligou os tratores, pois os correntões, apontou as motoserras e passou por cima dos deputados compromissados com um país do futuro.
Agora vamos para uma outra batalha no Senado da República e se perdemos, o que é bem provável,
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