“A história não começa quando a gente chega” – O Pará já existia antes da Vale ou do Daniel Dantas

Antes de dividir o Pará, um Estado com 400 anos de história, que tal você que veio de outros Estados e aqui foi bem acolhido, ganhou dinheiro, criou filhos e fez patrimônio, conhecer melhor o que estão propondo fatiar? A começar pelo trecho do nosso hino que tem frases muito interessantes para uma necessária reflexão:
Ó Pará, quanto orgulho ser filho,
De um colosso, tão belo e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!

A “história não começa quando a gente chega”, ouvi esta frase em muitos discursos do Governador Simão Jatene, quando era seu Chefe da Casa Civil e a escrevi aqui a proposito de dizer que concordo com o Governador, quando diz que a sociedade deve ter total clareza do que vai escolher, bem como de suas reais consequências. Então Governador, que tal criar uma comissão técnica para produzir informações sobre o assunto e disponibiliza-las à população ?
Tem muita material disponivel, como o que reprouzo aqui. O texto com a história da criação do Pará e outras informações podem ser consultadas no site Pará Histórico.
Após a fundação de Belém, a nova descoberta ficou administrada por capitães-mores subordinados ao Governo Geral do Brasil. Não demorou muito para que o vasto território fosse dividido e várias capitanias, doadas a pessoas de bom grado. Assim, criaram sete capitanias:

1 – Capitania do Pará – Tinha como cede Belém e estendia-se da margem esquerda do rio Acutipuru (Quatipuru), até o primeiro braço do Rio Pará (Tocantins).


2 – Capitania de Caeté – Gaspar de Souza, e mais tarde seu filho Álvaro de Souza, era o donatário. Não tinha delimitação certa.

3 – Capitania de Vera Cruz do Gurupi – Pertencente a Feliciano Coelho de Carvalho, filho de Francisco Coelho e Carvalho, governador do Maranhão e Pará.

4 – Capitania de Cametá – Feliciano Coelho de Carvalho, perdendo a concessão de Vera Cruz de Gurupi, conseguiu outra, localizada em terras banhadas pelo Tocantins e habitada pelos índios camutás (1623). Em 1635, criou a vila Viçosa de Santa Cruz de Cametá.

5 – Capitania do Cabo do Norte – Pertencente a Bento Maciel Parente. Compreendia quase a totalidade das terras do atual Amapá.

6 – Capitania da Ilha de Joanes – Pertencente a Antônio de Souza Macedo, abrangendo todo o território da ilha do Marajó.

7 – Capitania de Gurupá – Criada a partir das ruínas do forte holandês.
Esse sistema de capitanias não foi muito benéfico para a região, sendo extinto e revertendo à Coroa as antigas doações. Em 23 de setembro de 1623, as capitanias do Grão-Pará e Maranhão se unificaram em um só Estado, tendo como sede a cidade de São Luís. Em 1652, Pará e Maranhão separaram-se; dois anos depois voltando a se unificar. Em 1673 o governador Pedro César de Menezes transferiu a sede do governo para Belém. Em 1688, a corte determinou que a capital voltasse a ser São Luís. No entanto, em 1737 a sede governamental retornou a Belém para, em 1752, o Pará ganhar novamente sua autonomia. Em 1815, as capitanias gerais do Brasil foram transformadas em províncias. A Província do Grão-Pará, com capital em Belém, possuía toda a superfície da Amazônia, já que a capitania do Rio Negro (atual Estado do Amazonas), continuava a depender do Pará.
O Pará (e a Amazônia) era subordinada diretamente a Lisboa, desvinculado do resto do Brasil. Somente com a vinda de D. João VI, e sendo a Corte instalada no Rio de Janeiro, é que os laços entre o extremo norte e o resto do país estreitaram-se mais.


 

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