Michel Temer é vice

Acabei de ler na revista Veja uma nota que diz que o vice-presidente Michel Temer até agora, passado seis meses de governo, não tem função alguma no governo. Creio que aqui reside um problema na política brasileira. Os partidos e as pessoas se elegem para uma função pública e sempre querem muito mais que o povo lhes outorgou.

Michel Temer e o PMDB bem que poderiam concorrer ao cargo de presidente da República, nada os impedia de submeter-se ao julgamento popular, mas não o fizeram e ao invés disto optaram por uma aliança com o PT, submetendo-se ao cargo, cujas funções estão descritas na Constituição Nacional. Vice é vice e só assume funções quando o titular do cargo fica impedido.

O PMDB já tentou por vezes chegar ao cargo máximo do Poder Executivo da nossa República e, em todas as vezes, experimentou um fiasco eleitoral. O Partido apresentou até o grande brasileiro Ulysses Guimarães, mas o povo não quis que o PMDB assumisse o comando do País e pronto.

Temos que dar um basta nestas usurpações da vontade popular. Quem quiser ser prefeito, governador ou presidente que se candidate para o cargo e pronto. O que não dá é para os partidos elegerem seus deputados, mas na verdade quererem ministérios para executar despesas, nomear gente e favorecer apadrinhados. Deputados buscam o mandato de legislador, mas nunca fazem leis ou quando fazem não tem aplicabilidade.

O povo elege o governo e a oposição, cada um tem seu papel bem definido, mas acontece que mal inicia o governo e a oposição já foi cooptada, pois os governos não sabem governar com minoria. O mesmo se pode dizer da oposição.

O PMDB do Pará é bem a mostra disso. Jader Barbalho vem participando de todos os últimos governos do Pará. O caso mais recente foi emblemático. O PMDB derrotou Almir apoiando Ana Júlia e participando de cargos importantes, depois de roer bem o osso, pulou de mala e cuia para campanha de Jatene e agora continua no Governo sem ter legimidade para isso, apenas com espertezas dos seus líderes.

Os cargos públicos estão definidos em lei e basta seguir as regras constitucionais para que tudo seja legitimo. Presidente é presidente, no caso presidenta; vice é vice e só assume quando o titular for afastado, como foi o caso do Collor que deu lugar ao vice Itamar Franco.

 

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