A Praça da República era pequena para tanta gente. Moças, muitas moças bonitas por lá, todas belas. A beleza das nossas pequenas não tem comparação. A pele é de uma cor morena sem igual, mesmos as mais claras não são brancas, branquelas, nada contra, mas não são não. Os nossos rapazes também são muito bonitos. Alias os paraenses, homens, mulheres e gays, são muito bonitos, uma beleza toda própria. Pois bem, estavam todos na praça dançando ao som do Arraial do Pavulagem.
O sol forte, muito forte doía na moleira da gente. Só tomando uma gelada, mas isto não era difícil, para onde a gente se virava tinha um isopor de cerveja. Eu só compro latinha no vendedor que tem saco de lixo, não sei você, mas eu sou assim, acho que dá para brincar e ter um pouco de responsabilidade. Os vendedores de cerveja são de todos os bairros e de todos os formatos, porém prevaleceu neste domingo os universitários vendendo água, refrigerante e cervejas para pagar a colação de grau ou as despesas de um congresso.
O Arraial do Pavulagem definitivamente conseguiu a fórmula do sucesso. Manteve as tradições culturais, transformando a sua arte em cultura popular para as massa. No meio do show, dando uma demonstração de coragem e de engajamento, Ronaldo Silva, um dos ícones do Pavulagem, falou sobre o tema espinhoso do momento, a divisão do Pará. Com todo o jeitinho (olha Ademi* como essa é uma palavra boa) defendeu o Pará inteiro e forte e foi aplaudido. Ronaldo fez questão de alertar as pessoas para que tenham cuidado sobre as intenções dos divisionistas. Parabéns.
A Praça fica pequena para tanta gente. Eu, que sempre fui um crítico do uso abusivo da Praça, chego a conclusão que a culpa não pode ser do povo que prefere, que gosta, que ama a Praça da República. A responsabilidade em criar condições idéias para o uso do logradouro é da Prefeitura, por isto, proponho ao prefeito que crie em seu gabinete um grupo de funcionários responsáveis exclusivamente por encontrar e executar soluções para uso e a manutenção do Parque João Coelho, onde se localiza a Praça da República. O Grupo deve ser constituído de um representante da Semma, um da Sesam, um da Secon, um da Funbel e um da Guarda Municipal, sob a responsabilidade de pessoa da inteira confiança do gabinete do Prefeito. E por falar em prefeitura de Belém, dou os parabéns por terem retirado os vendedores que insistiam em cerca a praça, ocupando até as margens do belo Teatro da Paz.
Viva o arrastão e o Arraial do Pavulagem que reúne a juventude de hoje e os velhos esquerdistas de ontem, que outrora se reuniam na Praça da República para jogar pedra na lua, planejar a revolução planetária, assaltar o palácio de inverno, gritar fora daqui o FMI, mas que agora, para tomar uma boa cerveja gelada e ouvir a música do Boi Pavulagem, que é um boi do mundo, não precisam mais do garçom Sérgio ou do finado Abaeté do Bar do Parque, pois a latinha está por todo os cantos, apenas não esqueçam das lixeiras.
*Ademi é a associação dos donos de empresas que constroem prédios na cidade de Belém e que me interpelaram judicialmente, através desta associação, por eu ter usada aqui no blog a palavra jeitinho, acharam os construtores que a palavra pode ser um sinônimo de corrupção, será?.
