Reproduzo aqui duas opiniões sobre a divisão territorial do Pará. A primeira é de Luis Eustórgio e a segunda e de autoria da querida Adelina Braglia:
Acredito que, a cada dia que passa, queiramos ou não esta divisão territorial vai sim acontecer! Sinceramente sou favorável à redivisão territorial do país. Não é só do Pará, não! É do país.
Não concordo contigo em alguns pontos, como por exemplo afirmar que as regiões metropolitana e nordeste paraense correm risco de sustentabilidade sócio-econômica.
Primeiro pelo fato de que nas duas regiões que você cita encontra-se a maior parte da população do Estado, capaz, então de somar forças suficiente para produzir. É bom salientar que mais de 65% da população paraense encontra-se nestas duas regiões.
Segundo: não dá pra continuar tendo um território que compreende uma área superior a 1.247.000 km², o que equivale a aproximadamente 13 vezes a dimensão territorial de Portugal, com características sociais, econômicas e populacionais bem diferenciadas entre si.
Quanto a sugerir que Parauapebas e Tucuruí, com a criação do estado do Carajás, continuem sendo municípios “ad eternum” do estado do Pará, seria interessante ouvir o que o povo destas duas cidades tem a falar de nós, que moramos aqui, na região metropolitana principalmente. Aliás, de Marabá "pra baixo" que tal uma enquete: qual a capital que você conhece? (a) Belém, (b) Goiânia, (c) Palmas, (d) outras.
Bom. Está aberta a discussão.
Abraços,
Luís Eustórgio
Caríssimos,
acompanho interessadamente a discussão de vocês sobre a divisão territorial e lembro da minha posição contrária à criação do município de Paraoapebas, Naquele momento eu achava que a divisão só favoreceria a CVRD, que precisava de um município "todo seu".
Continuo achando que a divisão daqueles municípios, ainda que tenha trazido benefícios às populações locais, teve como grande beneficiária a VALE. O entorno de pobreza de Eldorado, Curionópolis, de certa forma confirma isto. AVALE tem seu grande exército de reserva para baixas funções bem ali, sob seus pés.
Ainda que eu transponha esta preocupação no que se refere à divisão do estado, pois agora a VALE vai ter não um município, mas um estado "para chamar de seu", reconheço que a questão se dá em um patamar muito diferente.
O que me incomoda é que a discussão está sempre pautada ou em interesses mesquinhos - de políticos oportunistas, que vêem nisso mais um forno de empregos públicos e celeiro para suas artimanhas - ou no desconhecimento da capacidade real dos novos estados se sustentarem.
Acho também que o que "restar" do Pará pode não ser o principal problema. Os setores que mobilizam a economia - serviços, comércio e serviços públicos - estão fortemente enraizados aqui.
Mas, gostei desta conversa. Aguardo mais informações.
Abração
Adelina