O Pará vai repetir o erro do ciclo da borracha?

O Fórum Mundial de Sustentabilidade encerrou seus trabalhos hoje (24) em Manaus, Amazonas. Durante três dias (na foto: KUMI NAIDOO, do greempeace e Roberto Rodrigues, ex-Ministro da Agricultura) empresários, políticos e líderes da sociedade civil, estiveram reunidos para discutir saídas sustentáveis para a atual crise de ambiental do planeta.

Para mim, que estive no evento representando a Fundação Verde Herbert Daniel, instituição da qual sou diretor, foi um aprendizado ver o interesse de empresários do Bradesco, Pão de Açúcar, Coca Cola, Natura, Goodyear, A Crítica, Grupo Fleury, Nestlé, Honda e tantos outros, interessados em descobrir novos caminhos, novas tecnologias e novas práticas para produzir com sustentabilidade.

Os políticos como Fernando Henrique Cardoso, Dominique de Villepin, Arnaldo Jardim, Sarney Filho, Omar Aziz, Eduardo Braga, estavam lá misturados aos cientistas, ambientalistas, conversando aberto e francamente que é urgente cuidar do clima.

O Mundo está mudando, novas formas de produzir, distribuir riquezas, cuidar do social e, principalmente, relaciona-se com o planeta estão em curso, comprovei nos diversos discurso e exemplos durante estes dias. Mas saí do Fórum com muita tristeza, com um sentimento de fracasso, desesperançado mesmo, ao olhar de longe para o meu Estado do Pará e ver que temos poucas pessoas e instituições com quem dialogar sobre esses novos tempos.

Será que o Pará não aprendeu com o episódio da borracha. A borracha fez o apogeu do nosso estado, enquanto o mundo estava mudando de tecnologia e mercados, nos insistíamos em manter o mesmo modelos e fracassamos.

Está na hora de nos abrirmos para os novos ventos. Os Maioranas, como força de comnicação, precisam enxergam que desperdiçam energia vital e tempo na briga que travam com Jader Barbalho, esta energia e tempo poderiam ser melhor empregadaas para ajudar o Pará na busca de modelos novos de desenvolvimento, garantindo um futuro melhor para nossa gente?

Será que os empresários da FIEPA não percebem que servir a Vale do Rio Doce em troca de pequenas cotas de fornecimento não os levará a lugar seguro?

Será que as nossas Universidades não poderiam assumir um papel proativo e nos ajudar a refletir sobre outros caminhos?

Os líderes sindicais e das ongs, no lugar de ficar presos nas disputas pelo controle das pequenas máquinas, bem que poderiam se abrir e entender o debate central do desenvolvimento com sustentabilidade que poderá trazer melhores dias para aqueles que dizem representar?

Vamos despertar antes que o mundo mude de vez, nossos produtos novamente percam mercados e o Pará mergulhe nas trevas como fez após a borracha perder sua importância comercial. Delfim Neto, outro dia, falando sobre a economia de baixo carbono, disse que a idade das pedras acabou não porque faltaram pedras.
 

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