BRT Belém, um golpe de marquete eleitoral?

Ontem o prefeito Duciomar anunciou que iria começar as obras do BRT Belém, fechando vias importantes da cidade. Esperei a manhã toda, quando foi a tarde, lá pelas 16 horas, resolvi dar uma volta para ver o que estava acontecendo na Almirante Barroso e Augusto Montenegro.

Encontrei, em dois pontos, funcionários da prefeitura vestindo um macacão laranja, com máquinas e equipamentos, todas portando o brasão idealizado por Bento Maciel Parente e Pedro Teixeira, afixados na lateral, faziam uma vala, por eles apelidada de canaleta e mediam com aqueles aparelhos parecidos com as máquinas fotográficas de antigamente que miram para um homem segurando um bastão.

No Entroncamento vi apenas o tapume. Dentro, algumas poucas máquinas e dois montes de terra, não deu mais para ver a obra de Oscar Niemeyer, alias a única na região Norte.

Depois de observar o cenário eleitoral montado para ser filmado por uma agência de publicidade, talvez para dar um ar de realismo a maquete eletrônica da obra, marca de Duciomar, pensei em procurar a placa da obra. Toda obra pública deve, por lei, ter uma placa com a descrição da obra, o valor, o nome da empresa contratada e os dados do processo licitatório. Nada, não encontrei coisa alguma que chegasse próximo do que manda a lei.

Será que ainda não tem empresa contratada? E a licitação internacional vencida sem disputa pela Andrade Gutierrez? Ou a empresa contratada está se utilizando dos funcionários e equipamentos públicos? O valor da obra, quanto custará esta infâmia e quem financiará? a prefeitura com recursos próprios ou será de algum empréstimo avalizado pelo Governo Federal? Quantos dias estão previstos para a conclusão da obra? Segundo se houve falar aerão dezoito meses, nove a mais que o mandato de Duciomar, o que mostra que não concluirá antes de deixar terminar o infeliz mandato e ingressar num cursinho de inglês para deixar de ser o “bicho do mato”?

Falta a placa da obra, faltam as informações, falta o projeto, falta fiscalização, falta clareza, falta o cumprimento da lei e dos princípios constitucionais que norteiam a administração pública. Falta o respeito com Belém e seus quase dois milhões de habitantes que tanto sonham com um sistema público de transporte de qualidade e acessível. Mas sobram golpes, inclusive o de marqueting (seria maquete?) eleitoral.

 

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