Concordata da Celpa é caso de polícia

A concordata da CELPA é um caso para policia federal intervir e mandar para cadeia muita gente que enriqueceu neste processo. A empresa anunciou o pedido de concordata motivada por uma brutal e quase impagável dívida e a solução, com certeza, será uma operação de socorro com mais dinheiro público.

A noticia caiu como uma bomba sobre a cabeça da população paraense que até hoje nunca recebeu a exata explicação do processo de venda da sua maior empresa estatal, teve que suporta o enorme custos das tarifas de energia e ainda vai ser chamada para pagar mais esta divida.

A Celpa foi vendida no Governo Almir Gabriel por inspiração do secretário e atual governador Simão Jatene. Aos que questionavam, Jantene, como sua genialidade verbal adquirida nas sofridas noites de músico em bares da cidade, quando tocava para completar a renda de servidor publico, explicava as vantagens de vender a empresa. Estaremos vendendo uma empresa com dividas, dizia, sem capacidade de investir, em troca, ganharemos uma empresa forte e recursos para ajudar o Pará a alavancar seu próprio desenvolvimento.

Os tucanos, como sua privataria, pregavam que o Pará deveria entrar na era do estado "moderno", enxuto, ágil. Os esquerdistas, como suas idéias estatizantes, contrários a venda, representavam o atraso. Tudo papo furado, estavam ideologizando a pouca-vergonha.

Aos que questionavam os riscos de entregar nas mãos do setor privado uma empresa prestadora de serviço essencial, como é o caso da energia, Jatene, do alto de sua sabedoria, apresentava a Agencia Reguladora, Arcon, como a garantia de que a empresa compradora cumpriria o contrato de sanear a Celpa e investir na ampliação dos serviços. Não haveria riscos.

A venda foi denuncia por mim como lider da bancada do PT, pelo sindicato dos urbanitários, pela CUT e por Jader Barbalho. As denuncias eram muitas. A bancada do PT, os urbanitários e a CUT mostravam que a empresa teve um valor de venda abaixo do que a empresa realmente valia, as dividias a receber foram colocadas como moedas podres, o patrimônio não foi corretamente dimensionado. Jader Barbalho, a posteriori, mostrava que o dinheiro da venda da Celpa foi gasto na campanha eleitoral para reeleger Almir Gabriel.

A Assembléia Legislativa, o Ministério Público Estadual e o teatral Tribunal de Contas do Estado, mesmo de posse dos números, foram ineptos e aceitaram a venda da maior empresa estatal paraense.

A imprensa paraense e nem os políticos viram qualquer problema quando os urbanitários voltaram a denunciar que a Rede Celpa estava transferindo os lucros obtidos pela Celpa para engordar o patrimônio de outras empresa do grupo Rede.

A ARCON, agência reguladora que deveria ficar atenta ao cumprimento dos compromissos da empresa que comprou a Celpa e defender os direitos dos consumidores, nunca funcionou livremente, seus dirigentes, quase sempre sem competência técnica e política para agir, preferiram cegar para a forma como a Celpa vinha formando este monstruosos endividamento.

A divida da Celpa é simplesmente inexplicável, a empresa tem enormes fontes de fartos recursos. Graças a conivência da Arcon e da Aneel, a tarifa de energia elétrica do Pará é uma das mais caras do Brasil. A Celpa, com ajuda de alguns deputados federais e dirigentes políticos paraense, conseguiu fazer uma enorme transfusão de recursos da união para os seus cofres através do programa "Luz para todos", da distribuição de energia aos municípios do entorno de Tucurui e da compensação ambiental solicitada pela OAB-Pará de cem por cento de energia nos municípios da Transamazônica por causa da implantação de Belo Monte.

O caso é gravíssimo e como os órgãos públicos paraenses não estão aptos para proceder investigação técnica, séria e transparente, entendo que a única saída é uma investigação tocada pela Policia Federal e acompanhada pelo respectivo Ministério Público. Quem sabe acompanhada por um CPI proposta por algum parlamentar isento da bancada federal. O povo é que não pode ficar no prejuízo.

 

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