Ficha Limpa

O TSE decidiu que a Lei da Ficha Limpa está valendo para esta eleição. Fiquei alegre. É um avanço. Mas que avanço? O Seffer, condenado a 21 anos de cadeia “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos” (este é o nome técnico para pedofilia), vai poder participar das eleições? Quando descubro que a resposta é afirmativa, cai sobre mim uma ducha de água fria e minha euforia se desfaz. A lei determina que a pessoa, para ser considerada ficha suja, deve estar condenada por uma instância colegiada, ou seja, por um Tribunal e Seffer foi condenado por um juiz singular, podendo recorrer da sentença de primeiro grau.

Outros políticos, que respondem processos, mesmo que seja junto ao STF, como no caso do mensalão, se não forem condenados até a data da homologação do registro da candidatura, concorrerão livremente, podendo tornar-se senador, deputado federal.

Fico com raiva. Muita gente fica com raiva. O que é que está errado com o Brasil? Por que não conseguimos nos livrar deste corruptos e criminosos?

Será que não estamos fazendo a aposta errada? Sim, jogamos nossas fichas na lei. E quem faz as leis? São justamente as pessoas que queremos que a lei puna. Entendeu o que quero dizer! Agora, lendo a lei, penso que muitos políticos votaram esta lei para se beneficiar.

A ética dos partidos políticos é que deveria funcionar como filtro. Um eleitor só é candidato se for filiado a um partido e se for aprovado pela convenção. Funciona assim. O eleitor vai ao partido solicita filiação. O partido dá a conhecer aos seus filiados da pretensão de filiação. Os filiados tem um prazo para impugnar. Não havendo impugnação, o eleitor passa a constar do rol dos inscritos no partido. Sendo filiado, o eleitor pode pleitear ser um candidato, mas seu nome deve ser aprovado pela convenção.

Se o Partido não consegue filtrar e permite candidatos fichas sujas. Se a lei não é capaz de impedir. Resta sociedade civil e aos eleitores, com campanhas e voto, barrar os bandidos. Vamos lá?

 

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