África do Sul e as “vuvuzelas” da escravidão

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A Copa do Mundo na África do Sul traz a vantagem de mostrar um país que não conhecemos, pois, quando se fala em África, estamos acostumados a ver imagem de miséria, fome, pobreza. Imagem de desigualdade social e discriminação racial. Povo vivendo em estado tribal, com seus diversos dialetos e diferenças culturais.

Quando se fala em África vem a imagem dos leões, safaris ou da luta de Nelson Mandela.

É certo que a humanidade tem dividas históricas com o povo africano. O mundo arrasou o Continente quando retirou de lá os mais sadios, os mais fortes, os mais ágeis para serem escravizados em diversos pontos do planeta Terra.

A escravidão é uma nódoa no nosso passado civilizatório sempre muito bem lembrada pelos “afrodecendentes” onde quer estejam. A influência africana está em todas as partes do Mundo e em cada canto deste Planeta ouve-se o som das “vuvuzelas” antigas, trazidas como recordação.

Ouve-se as “vuvuzelas” no carnaval brasileiro, nos blues e no jazz americano. Na religião, na dança, na culinária. São muitas vuvuzelas espalhadas pelo Mundo, tocando seu som vibrante para nos lembrar da nossa divida histórica.

Durante os preparativos e após a abertura da Copa do Mundo seremos apresentados para um outro país. Veremos a África das “vuvuzelas” de verdade, das danças, dos costumes. Aquela dos hotéis de luxo, campos de golfe, centros urbanos avançados, sofisticação, até clima frio tem naquele pais.

Apenas espero que a imprensa não exagere e distorça nossa percepção, pois isso pode interromper nosso acerto de contas com um passado não muito distante, onde o mundo financiou o seu crescimento a custa das mãos e dos corpos negros trazidos, amarrados como animais, nos porões dos navios negreiros.

Toquem alto as alegres “vuvuzelas” africanas na Copa do Mundo, sem, contudo, calar as “vuvuzelas” que ainda lutam contra discriminação racial e desigualdade social em diversos pontos do Planeta.

 

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