Mensalão é maracutaia, eleições precisam ser limpas e financiadas apenas pelos eleitores

A campanha eleitoral deste ano no Brasil começa com o julgamento do mensalão. O mensalão envolveu uma questão crucial do processo democrático brasileiro que foi a prática ilegal de financiamento da política e o pagamento de campanhas eleitorais, por meio de caixa dois.

Nas eleições de 2008, os sete candidatos que disputaram o cargo de Prefeito em Belém gastaram R$ 8.5 milhões de reais para financiar suas campanhas (veja tabela). Quem pagou a conta?

 

NewImageFonte: TSE

 

 Os financiadores das eleições de Belém foram empresas de lixo, construtoras, de transportes, fornecedores de serviços público, etc.

A maioria dos partidos e dos políticos teimam em não abrir este debate com a população e deixam os eleitores sem a informação crucial do processo político que é saber quem paga as contas das campanhas.

O jantar não sai de graça, alguém paga por ele e quem paga pelo jantar eleitoral sempre quer retorno.

O ideal na democracia participativa é que as campanhas sejam sustentadas pela contribuição livre e espontânea do eleitor. O eleitor deveria ser estimulado a procurar os candidatos com quem tem identidade de propósito e do qual espera um bom governo, a fim de contribuir financeiramente com as despesas da campanha eleitoral.

Mas não é assim que a banda toca... Infelizmente.

Quem procura os candidatos ou, é por eles é procurado com objetivo de financiar as campanhas são empresas que prestam serviços, vendem produtos, constroem obras públicas; dependem de licenças, autorizações, despachos governamentais; ou esperam um decisão de um órgão público que lhes favoreça. Basta verificar no site Às Claras, a relação dos doadores de campanha para ver o retrato fiel de quem das as cartas políticas por aqui.

Muitos empresários, para não correr risco de aparecer como doador de campanha, preferem o anonimato, gerando o chamado caixa dois de campanha - dinheiro que entra ilegalmente nos cofre dos candidatos. Estes recursos não são declarados ou são mascarados através de doadores “laranjas”.

O mensalão, que entrará em julgamento no dia 02 de agosto, é fruto do processo de financiamento escuso da política nacional. Quem sentará no banco dos réus são políticos que juraram fazer diferente, tentaram financiar suas lutas com doação dos eleitores, mas perderam a paciência, não perseveraram e quedaram a prática histórica da corrupção, decepcionando aqueles que acreditaram que era possível ser diferente.

“São trezentos picaretas com anel de doutor. Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou. Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou”, cantavam os Paralamas do Sucesso.

O julgamento do mensalão pode ser um momento de grande reflexão para eleitores e políticos sobre o futuro da nossa democracia. A cada ano que passa, a cada eleição que transcorre, o povo vem dando demonstração explicita de que não aceita mais ser enganado, de que quer mudanças éticas. Porém, esse mesmo povo, precisa ser conquistado para participar do jantar, pagando sua parte da conta e saindo satisfeito com o resultado do debate político.

As obras e serviços públicos são caros e ineficientes, por comportar dentro de seus custos o valor das doações eleitorais. Quando a obra não está superfaturada, o material utilizado é de baixa qualidade, levando-a a ter uma vida útil diminuída.

“Chega de maracutaia”, palavra cunhada por Lula ao se referir àqueles que praticavam caixa dois no país.

Farei minha parte. Como candidato a vereador de Belém farei campanha, como sempre fiz, apenas com as contribuições financeiras dos eleitores que acreditarem naquilo que eu acredito.

Pedirei R$ 1, 2, 10 reais... Qualquer quantia diretamente para os cidadãos.

Serei eleito com o compromisso apenas com as pessoas e com o programa sintetizado na frase: “Sinal verde para uma Belém melhor”.

Nossa equipe de campanha está preparando um sistema de arrecadação limpa e transparente, para que você, eleitor, tenha acesso a todas as informações disponíveis a que tiverem interesse e, sobretudo, saber quem está pagando as nossas contas de campanha.

É hora de inaugurar novas formas de fazer política, de resgatar a confiança do eleitor no sistema democrático.

Minha campanha para vereador de Belém será instrumento desta mudança.

É nisso que eu acredito.

 

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