O que significa a Adesão do Pará a Independência?
Muita gente nem sabe o porque do feriado de 15 de agosto no Pará. Adesão do Pará a Independência, o que é isso? O feriado refere-se a um fato histórico da maior magnitude acontecido aqui no Pará, nem tanto pelo ato de adesão a independência nacional, mas pelo contexto histórico em que o fato se deu. Os portugueses que dominavam a Junta Governativa da Província do Grão Pará decidiram continuar recebendo ordens de Portugal, desconhecendo por completo a autoridade do Imperador Brasileiro, D. Pedro I.
D. Pedro I havia contratado os serviços do mercenário Inglês Lord Thomas Cochrane para sufocar todas as rebeliões contra a sua autoridade de Imperador e a declaração de independência do Brasil. Cochrane enviou para a província do Grão Pará o capitão Greenfell com apenas um brigue. No dia 11 de agosto de 1823, o Capitão enviou uma carta ao Conselho de Governo da província, ameaçando isolar e bombardear Belém. Na verdade, era um blefe, pois o Capitão inglês tinha apenas uma única embarcação. O Conselho cedeu, e no dia 15 de agosto, D. Romualdo Coêlho, assinou a Adesão do Pará à Independência.
Os paraenses, porém, continuaram agitando a Provincia, tendo como alvo os portugueses e os brasileiros ricos que faziam parte da elite local. O revoltosos acabaram conquistando o controle do Governo da Província, tendo à frente dos revoltosos, o Cônego Batista Campos. Batista Campos solicitou ajuda do Capitão Greenfell para por ordem na Província e o Capitão inglês aproveitou para prender no porão do brigue Palhaço 256 líderes cabanos. Em seguida, dá ordem para fechar as escotilhas e manda despejar cal virgem. Bastou algumas horas para que todos estivessem mortos. Os corpos foram transportados e enterrados no sitio Penacova.
Isto é uma parte da nossa história que muita gente desconhece. Bom feriado e aproveitem para ir até o Palácio da Cabanagem, sede do legislativo, para apreciar a obra da pintora alenquerenses, Anita Panzuti, que retrata o momento da assinatura da adesão.
