O BRT não vai melhorar a vida das pessoas

Conversei com muitas pessoas que estão sofrendo com os transtornos provocados pelas obras do BRT e obtive delas um certo conformismo. Um boa parte dos meus entrevistados afirma que se resolver os problemas de trânsito, terá valido passar pelo sufoco que Belém está passando.

Discordo deles. A obra se fosse planejada e a população tivesse sido consultada, os transtornos seriam evitados e todos teríamos segurança que o problema estaria resolvido. Mas não foi o que aconteceu. Nem a prefeitura tem certeza do sucesso desta obra, aliás como não teve certeza em tantas outras, mas assim mesmo mentiu nas propagandas.

Quando foi feito o complexo do entrocamento nos disseram que aquela obra era a redenção da Cidade, não foi. O prolongamento da João Paulo foi nos apresentado como sendo a solução definitiva para o escoamento do trânsito, não foi. A passarela milionária acabaria com o engarrafamento na saída do túnel, não acabou. O BRT também não acabará com os transtornos de quem precisa chegar no trabalhou ou na escola todos os dias pela manhã.

Para o BRT funcionar e atender ao propósito da mobilidade urbana sustentável era necessário que antes a cidade estivesse debatido e aprovado o Plano municipal de mobilidade conforme previsto em lei federal. O Plano deveria contemplar a integração de todos os modais. Mas ainda faltaria acoplar este Plano a desconcentração das atividades humanas no centro de Belém e criar outras rotas de interligação dos núcleos urbanos de Belém. Que linguagem rebuscada?

O BRT não funcionará por uma simples ausência de objetivo comum. Enquanto a população quer um sistema de transporte para ir e vir com conforto, segurança e baixo impacto ambiental. As pessoas que decidiram fazer a obra querem atender seus interesses econômicos e eleitorais que não casam com o interesse público.

Duciomar não será candidato, embora tenha interesse em eleger o seu sucessor, e se outro grupo ganhar as eleições receberá um monstro para domar ou decifrar. Coitada da nossa morena e querida Belém, que ficará com o sofrimento e sem verbas públicas gastas em obras duvidosas.

 

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