Domingo na Praça


Eu gosto da Praça da República. Não aceito que quebrem e sujem. Não aceito que as pessoas façam daquele espaço um enorme restaurante. Gosto dos vendedores de artesanatos, de lanches leves, de livros usados, artes...
As pessoas são a grande atração do Complexo João Coelho. Lá, junta gente de todas raças e todas as cores. Fica um visual muito legal.
Neste domingo a Praça bombou. No anfiteatro, estavam os amigos comunistas do PCdoB comemorando 89 anos de existência, de lado uma fotografia de João Amazonas, no outro Neuton Miranda, dois lutadores. No palco um gostoso carimbó e as falações. Em festa comunista tem que ter falações.
Na frente do Basa os amigos do PSOL protestavam contra a decisão do STF numa campanha por Ficha Limpa na política. Eles estão certos. Eu me admiro como uma sociedade aceita que seus dirigentes sejam corruptos, ímprobos, bandidos, verdadeiros batedores de carteiras.

No Bar do Parque o caminhão do Bento Maravilha – caminhão não, trio elétrico Rebentão – liderando a manifestação das religiões afro-descendentes pelo Dia Estadual e Municipal da Umbanda. Gente, que som! Um baita de uma conjunto de música afro. Uma precursão de dá gosto. E o cantor? Tudo de bom. Os pais e mães de santo se revezavam com suas pregações e defesa da diversidade e tolerância religiosa. Rezaram um pai-nosso em iorubá. Foi de arrepiar.
Na frente do Teatro da Paz estavam os artistas de circo comemorando o Dia Mundial do Circo. Malabaristas, palhaços, atores, bonecos, tinha de tudo um pouco.
A Vale, com sua grana, sua música clássica, um ar burgues e elitistas, ficou totalmente sobrando. Aos domingos ela faz um projeto de música na Praça, do lado do Teatro Waldemar Henrique, com apoio da Lei Rouanet. Os músicos contratados são ótimos, mas o propósito da Companhia não. O povo passa, olha e vai embora. A Vale continua distribuindo espelhinhos e nos tratando como índios. Pode ter lugar na Praça, mas não tem nos nossos corações.
 

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