Acabo de ler na Veja uma reportagem especial sobre as mentes criminosas. O corajoso repórter, Kalleo Coura, percorreu 23 presídios, entrevistando 90 apenados, todos assassinos. Uns mataram para roubar, outros por ciúmes, por vingança, por dinheiro e por pura maldade.
O comum das histórias é que todos os criminosos tem uma justificativa para seus crimes. Os latrocidas, por exemplo, atribuem a morte à reação das vítimas ao assalto. Os bandidos dizem que seu único interesse era o patrimônio, e se a vítima tivesse colaborado nada daquilo teria acontecido, para finalizar, concluem: “se não fosse ele seria eu”.
Ao terminar de ler, juro, não me furtei (furtei?) em compará-los a outro tipo de criminoso, o político corrupto, aquele que faz o caixa dois para financiar sus campanhas.
Eles apenas querem o voto para ter poder, mas a vítima, o eleitor, por não acreditar em promessas, reage pedindo algo em troca. O corrupto, então, desvia o recurso público, contrata cabos eleitorais e satisfaz a exigência do eleitor. Sua consciência não doe, não há remorsos, ao contrário, ainda se sente ajudando os mais carentes.