Belém Ambiental – Mais Verde

Em um mundo em que o meio ambiente nunca foi tão debatido! Resta-nos uma pergunta a ser respondida. O que é de fato o meio ambiente...? Este conceito tão propalado de algo que acabou por se tornar uma idéia distante para a maioria do povo no mundo todo, no Brasil e em nosso caso mais especificamente aqui mesmo em Belém

Neste momento histórico que vivenciamos e verdadeiramente sentimos na pele através das mudanças climáticas que influenciam nossa saúde e bem estar cotidiano me parece que o mais importante é ter a idéia precisa de que MEIO AMBIENTE não é um conceito sobre um bem imaterial distante e ideologicamente ou politicamente correto.. mas SIM e essencialmente meio ambiente é tudo o que nos rodeia.. é nossa casa.. é o planeta Terra e tudo o que existe nele e que nos permite viver.

É preciso que nós, seres humanos, brasileiros, Belemenses entendamos que meio ambiente não é só a floresta que nos cerca... que parece estar cada vez mas dissociada de nosso viver; mas sim tudo que está ao nosso redor em conjunto com essa floresta; com os rios, com os riachos e igarapés, com a belíssima baia do Guajará, com o Jardim Botânico Rodrigues Alves, com o Parque Ecológico do Município de Belém, com o Parque Ambiental de Mosqueiro, com O Parque Estadual do Utinga e também com as nossas ruas, praças, canteiros, arborização urbana canais e principalmente com nossas casas. Com a casa de cada um de nós que se insere no ecossistema urbano em miscelânea com aquilo que ainda chamamos de meio rural ou “não urbano” e que pensamos erroneamente que está tão distante de nossas vidas.

Neste momento em que se discute assuntos como lixo, poluição atmosférica, aquecimento global e qualidade de vida em geral nas cidades é preciso que se entenda que sem áreas verdes para nos trazer trocas térmicas é impossível ter conforto, sem arborização para propagar a ventilação uma cidade como Belém que historicamente possui velocidades de circulação de ar com médias inferiores a 5 km/h nós cada vez mais nos sentiremos sufocados. Sufocados por um ar parada o qual pouco se renova, sufocados pela sensação de um calor cada vez maior, sufocados pela nossa própria incapacidade de enxergar que sem a boa sombras das copas de nossas árvores provavelmente não seriamos capazes de sequer andar a pé pela Av. Nazaré ou pela Presidente Vargas.

Em uma cidade com pouco mais de 92.000 (noventa e duas mil) árvores plantadas ao longo de nossas ruas, vemos a urbanização chegar cada vez mais rápido e mais avassaladora. Com o desejo de estarmos em um ambienta com cada vez mais confortos tecnológicos, esquecemos do verdadeiro conforto que o proporcionado pela qualidade do espaço que nos rodeia. Compramos condicionadores de ar sem pensar duas vezes consumindo cada vez mais recursos e energia quando poderia bastar plantar uma ou duas árvores em nosso quintal e gerar sombra e ventilação.

Contudo nós somos assim seres urbanos não é? Essa coisa de árvore é para o campo, para áreas “subdesenvolvidas”; ledo engano. Interessante é que o que poucos sabem é que essa lição os chamados “países desenvolvidos” já aprenderam. Atualmente uma variável importantíssima na equação em que se calcula a qualidade de vida nos países europeus por exemplo é a quantidade de em metros quadrados de áreas verdes por habitante. A Holanda se vangloria de ser o pais da Europa em que se pode ir a qualquer lugar com conforto e segurança usando uma bicicleta. Em outros se compete para saber qual cidade é a mais arborizada e o mais importante dentro das próprias casas se valoriza os jardins.

Enquanto isso aqui em nossa amada “cidade das mangueiras” nós cada vez mais nos sujeitamos a comprar apartamentos cada vez mais caros em prédios fincados em terrenos onde mal cabe o próprio prédio que dirá uma área verde; árvore da nossa região então é um sonho distante.

Será que vamos ter que passar pelo processo de autodestruição tão doloroso pelo qual o velho mundo passou para podermos aprender as lições que eles aprenderam? Não somos capazes de, enxergando os erros cometidos por outros, aprender a não cometê-los por aqui? Ou pior. Será que pecamos pela soberba de achar que mesmo diante de tais ensinamentos, estamos imunes as conseqüências de nossos erros? Esta hipótese me assusta.

*Rodrigo Viana – Diretor de Controle Ambiental da Semma Belém

 

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