O plebiscito entra em uma semana decisiva de campanha, com as últimas peças publicitárias sendo exibidas, incluindo o direito de resposta que será exercido pelo governador Simão Jatene.
Ao que tudo indica, o Não vencerá, os separatistas não foram competentes para convencer a população da importância de criar as novas unidades federativas. A proposta de divisão cheirou oportunismo político, agravado pelo incoerente mapa proposto, no qual o Estado remanescente ficaria apenas 17% do seu território atual.
Os argumentos de que todos ganham, inclusive o “Novo Pará”, também não fizeram efeito no eleitorado, principalmente quando os separatistas inventaram uma conta multiplicadora de FPE. Quem sabe o que é este tal de FPE?
A campanha, porém, deixa questionamentos que precisam de respostas urgentes. O Governo do Pará abandona seus filhos, os de perto e os de longe. O Pará é injustiçado pela regra tributária que criou a Lei Kandir. A administração estadual é ausente e não atende direito a população. Os índices paraenses são os piores do Brasil. Faltam estradas, educação, saúde, segurança pública. Os políticos foram atacados pelos dois lados como aqueles que atrapalham o progresso e fazem mal a população.
Os partidos que mais mandatados de governador obtiveram, estão no banco dos réus. Os partidos que estão conduzindo os destinos do Pará por quase três décadas, com apenas um pequeno intervalo de quatro anos, foram reprovados pelos debates e pelas afirmações verdadeiras que as três frentes exibiram nas suas propagandas. São eles os culpados pela falta de infra-estrutura, pelos péssimos indicadores de qualidade de vida do nosso povo, pela relação subserviente que o Pará mantém com as empresas exploradoras dos seus recursos naturais, por ter calado frente à aprovação da desgraçada Lei Kandir e tantas outras mazelas. O “rei ficou nu”.
Os eleitores paraenses darão, em 11.12, uma grande prova de maturidade. Primeiro defenderão a integridade territorial do Estado votando Não e Não. Depois saberão esperar a oportunidade para punir os políticos oportunistas que tentaram criar mais cargos a custa do sacrifício de todos. Mas não deixarão de castigar os que há muitos anos dirigem mal os destinos do Pará e são os responsáveis pelos piores índices de desenvolvimento humano, responsáveis pela nossa péssima posição no ranking nacional.
O povo dirá não ao Carajás, não ao Tapajós e não aos cruéis políticos oportunista que ao invés de servirem o povo, serviram-se, nos últimos trinta anos, deste “colosso, tão belo e tão forte...”