O que um prefeito de Belém precisa fazer para tornar Belém uma cidade boa de viver?

Tenho pensado como responder esta pergunta, não para minha satisfação pessoal, mas para ajudar no debate, uma vez que estamos nos aproximando do período eleitoral, no qual escolheremos o novo prefeito de Belém, o prefeito dos quatrocentos anos de fundação da nossa Cidade Morena, Metrópole da Amazônia.


O PV terá candidato no primeiro turno, outros partidos também lançarão os seus e é bom que lancem, pois quanto mais opção tiver, melhor para democracia. Cada candidato, com certeza, apresentará suas propostas para uma Belém boa de viver, mas antes de escolher o candidato é necessário que a sociedade se posicione sobre questões que deseja ver resolvido em curto, médio e longo prazo.

Belém é uma cidade cheia de ilhas, com uma pequena faixa continental, bastante tumultuada, onde moram e vivem mais de cinqüenta por cento de toda população e com as principais atividades econômicas acontecendo nesta área de, num raio de seis quilômetros, correspondente a primeira légua patrimonial.

No meu tempo de menino, minha mãe sempre ia “lá em baixo”, todos, na minha infância, iam “lá em baixo”. Ir “lá em baixo”, era ir ao comércio, ao Ver-o-peso. Só que a Cidade possuía pouco mais de seiscentos mil habitantes. A Cidade cresceu, aumentou o número de seus habitantes, mas as pessoas continuam se dirigindo para uma só região da Cidade.

O primeiro compromisso que devemos exigir dos nossos candidatos deve ser o planejamento urbano e a distribuição espacial dos seus moradores e de suas atividades econômicas e sociais. Uma medida que devemos adotar é a da transferência de órgão público que podem deixar a região central da cidade e serem deslocados para outros pontos, diminuindo o fluxo de pessoas, de carros e o trânsito.

Os nossos antepassados concentram as sedes dos poderes na Praça D. Pedro II. Ali ficava sediado o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, o Ministério Público e a sede do Arcebispado. O poder executivo, o judiciário e o eclesiástico saíram daquela região, mas o Legislativo e o Ministério Público continuam por lá. Faz-se, então, necessário que estes remanescentes sejam convencidos a, planejadamente, construírem seus espaços em outras áreas da nossa cidade, contribuindo com o novo planejamento urbano coletivamente aprovado.

O segundo grande compromisso é com a qualidade do serviço público. A Prefeitura de Belém deve funcionar como uma empresa moderna, ágil, eficiente e econômica. Não dá mais para termos um serviço público tão inoperante e caro do jeito que é. Cai uma árvore não tem equipamento para retirá-la. Apaga um sinal de trânsito fica dias a espera de reparo. Os postos de saúde funcionam mal. As praças e ruas são mal cuidadas. A iluminação pública é deficitária. A coleta e tratamento de resíduos são de antigamente.

Tomando estas duas medidas de base estaremos prontos para as novidades e criatividades que só uma campanha eleitoral é capaz de produzir. Termino dizendo que não estou me candidatando, apenas sou cidadão belemense há 53 anos e tenho direito de dar meus pitácos.
 

Posts Comments

©2006-2010 ·TNB