Para onde a gente olha tem prédio erguido ou tem prédio por erguer. Qual espaço está virando um novo edíficio. Os apartamentos são de primeira, com boa ventilação e áreas internas bastante confortáveis. Os prédios tem precupação com esgoto e lixo, tem até aqueles que aproveitam água da chuva.
O negócio é que quando as pessoas botam o pé ou o carro portão a fora do prédio onde moram, encontram uma cidade nada agradável. O esgoto do prédio sai e não encontra uma rede de esgotos pública e uma estação de tratamento. O lixo é coletado por caminhões ainda inadequados e é atirado de qualquer jeito num lixão fétido chamado Aurá. O trânsito lento e sempre congestionado, estressante mesmo. O transporte público simplemente não funciona. A falta de áreas verdes e arborização provoca um aumento de temperatura. A violência urbana provocada pela ausência de segurança pública.
Estamos construíndo prédios e casas muito boas, mas sem uma cidade agradável, sustentável ou funcional. Não culpo as construtoras, elas estão no papel de ocupar o mercado, claro que podemos cobrar delas a responsabilidade social e ambiental, mas ainda assim dentro dos limites. A responsablidade em construir o espaço público é dos órgãos públicos e das pessoas coletivamente.
O nosso desafio é pensar as nossas cidades como um espaço agradável para morar e viver bem. Não é fácil chegar a esta cidade ideal, mas devemos tentar de tudo para alcançar este objetivo.
