A principal manchete do caderno policial de O Liberal anuncia o assassinato de um jovem de 16 anos, morto quando tentava assaltar, com uma faca de cozinha, um ônibus na Pedro Alvares Cabral.
O adolescente saiu de casa com uma irmã de 13 anos para assistir aula na Escola Professor Nelson Ribeiro. Pelo horário em que ocorreu o assalto, 15h40, supõe-se que o adolescente deveria estar dentro de um das salas de aula e não no local do crime.
O rapaz era filho de um empregada doméstica desempregada, mãe de pelo menos mais duas pessoas. Ao ver o filho morto se desesperou e foi amparada pela filha mais velha.
Os passageiros que reagiram ao assalto e mais os populares que ajudaram a matar o adolescente fazem parte de uma população aterrorizada com tamanha onda de violência e insegurança.
A cobradora do ônibus e o motorista relataram que já foram assaltados por diversas vezes. A cobradora declarou ter sido assaltado em nove ocasiões.
Após ler a notícia fiquei com muitas indagações:
1. O pai deste jovem, onde anda? abandonou a família, paga pensão, contribui com o sustento destas pessoas? Como uma mãe sem emprego sustenta três adolescente em condições humanamente adequada?
2. Será que os professores e educadores da Escola Pública onde o jovem estudava se sentem responsáveis pelo descaminho deste adolescente? Ou educação é apenas o ato formal de repetir formulas, esquemas, regras?
3. As pessoas que mataram o rapaz dormirão em paz pensando que livraram a todos de mais um bandido? Quanto sangue ainda correrá em suas mãos para que encontrem a paz social?
4. O Estado, ah, o Estado! Esta abstração jurídica que nos leva 40% da produção nacional transformada em tributos, quando haverá um movimento de recuperação do seu papel?