Hidrelétrica de Belo Monte para quem?

Hoje à noite, no auditório Ismael Nery do Centur, será realizada mais uma das audiências públicas para construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu.

Os comerciantes da região estão empolgados com a possibilidade de mais vagas nos hotéis, mais compras no comércio local, uma explosão econômica durante a construção.

Os ambientalistas ainda não estão convencidos das soluções técnicas apresentadas. A preocupação é com o futuro das populações nativas, índios, ribeirinhos, agricultores familiares e da fauna e flora, que serão massacrados com as obras.

Se a obra for aprovada, no primeiro momento, teremos uma contratação enorme de operários para as obras de construção civil, depois, alguns deste operários voltarão para seus estados de origem, mais a maioria ficará para sempre, integrado a vida regional, como? não sei e sem o projeto prevê este impacto. Ao contrário, o grupo de pessoas que moverá a usina será tão irrisório que mal dará para encher o Palace Hotel de Altamira. São técnicos de alta complexidade, todos com cursos feitos na empresa que vai vender as turbinas, está sim, animada com o negócio milionário. Não se espante com a vinda do Senhor Sarkozy, sem a sua bela esposa Carla Bruni, aqui na Amazônia, para fazer propaganda da Alston, a possível fornecedora das máquinas.

Uma hidrelétrica é composta de grandes obras de concretos, quase inertes, que são feitas para barrar o rio e aumentar sua potencia hidráulica, mas o principal são as turbinas, as máquinas que transformam a força mecânica em energia, além disso, temos equipamentos eletrônicos e elétricos de alta precisão, além de software para comandar as operações. O resto é maquiagem para torna-la bonita e apresentável, quem não gosta de passar em uma barragem e olhar o vertedouro aberto? É lindo, não?

O Rio Xingu sofrerá modificações, isto é certo. Não sei quanto tempo as populações residentes levarão para se adaptar. O entorno será modificado com tanta gente atraída para a Região. isto significa mais casas, mais demandas por serviço público; mais lixo, mais postos de saúde, mais escolas, mais ruas abertas. As prefeituras só receberão recursos diretos da Usina, depois desta entrar em operação, são os royalties. E durante a construção quem pagará as contas da explosão urbana?

A energia que dele será extraída servirá para abastecer outras regiões, sendo assim, o imposto gerado pela energia, será cobrado na conta de luz do consumidor final, ou seja, nas outras regiões e não aqui em Brasil Novo, Altamira e Vitória do Xingu.

Não se trata de defender as borboletinhas ou a volta grande do Xingu pura e simplesmente, trata-se de pensar que o Norte não é com “M”.

 

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