Zenaldo Coutinho derrotou a esquerda e o estatismo?

Boca de urna da FSP

A campanha eleitoral para prefeitura municipal de Belém ganhou ares de enfrentamento ideológico entre a esquerda x direita e estatismos x privatizações. Edmilson Rodrigues, calcado no passado de Zenaldo Coutinho que havia começado sua carreira política no PDS, partido de apoio a ditadura militar, cometeu o erro de ideologizar a campanha eleitoral, insistindo no debate esquerda x direita e no fato do PSDB ter privatizado a CELPA. No final da campanha, Edmilson Rodrigues ainda tentou levar a eleição para o debate nacional entre Lula, Dilma e o PT contra o FHC. Fracassou em tudo e foi derrotado.

O eleitor não quis saber deste debate e preferiu avaliar os candidatos pela possibilidade de resolver seus problemas imediatos e locais. Zenaldo Coutinho elegeu três prioridades: saneamento, saúde e segurança, mostrou disposição para buscar apoio através da união com prefeitos da região metropolitana, com o governador do estado e  com o governo federal. Isto foi a chave do sucesso e da conquista dos eleitores. O único ataque que ainda balançou a fórmula da campanha do PSDB feita por Edmilson Rodrigues foi a entrada da presidente Dilma na sua campanha, mas que Edmilson Rodrigues não soube aproveitar como precisava.

Edmilson Rodrigues errou ao ideologizar a disputa. Para ganhar, precisava explicar seus oito anos à frente da prefeitura como mais competência; precisava apresentar soluções para os problemas de hoje, precisava mostrar disposição para união com os governo federal e estadual e com os prefeitos da região metropolitana; superar a desconfiança de que iria ser um prefeito de luta, aqui como sinônimo de briga, confusão, desentendimentos, que resultariam em obras paradas e prejuízos à comunidade.

O eleitor mostrou-se preocupado com os problemas locais e optou por novidades, embora com segurança, claro. Zenaldo Coutinho vestiu o uniforme certo e por isto é o vencedor. 

Para Edmilson Rodrigues sobraram alguns problemas depois da campanha. Como explicar o apoio de última hora que recebeu de Jader Barbalho explicitado na manipulação da pesquisa Ipesp? Como explicar a fraude na capa de O Liberal com números falsos de pesquisa mostrando que os fins justificam os meios? Como explicar a divulgação de uma pesquisa de boca de urna da Folha de Sã Paulo que não houve?  Como explicar certos financiadores de sua campanha? Como unir as correntes do PSOL e a própria bancada eleita? Como conviver com divergências internas que apontam para a saída e construção de uma nova legenda para onde iriam Heloisa Helena, o senador Randolfe e Marina Silva?

O PT, o PCB e o PSTU trilharão caminhos próprios com vista a 2014. Cada um com estratégia autônoma, dificilmente se editará, pelo menos no primeiro turno, a frente formada para apoiar Edmilson Rodrigues.

Zenaldo Coutinho venceu e venceu com legitimidade, espera-se agora que os palanques sejam desfeitos e todos, vencedores e perdedores, tenham espirito público para ajudar a resolver os graves problemas da população de Belém. Quem preferir o caminho da radicalidade e da oposição pela oposição, da luta de classes, até pode, desde que seja em favor dos problemas que afetam o povo, pois saibam que a população não tem perdoado a falta de compromisso com as suas dores.

 

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