Não fui eleito, embora tenha recebido 1.041 votos, parece pouco, mas quem disputa eleição municipal, uma das mais difíceis, sabe que não é. Ainda mais quando se opta por uma campanha limpa, baseada apenas em receitas de origem limpa e gastos previstos em lei.
Pedalei muitos quilômetros defendendo a Belém que eu acredito possa existir num futuro próximo. Uma cidade com um sistema público de transportes. Ciclovias e ciclofaixas. Estações de tratamento de esgoto. Arborização. Saúde. Educação. Segurança pública.
Mas o dialógo com a maioria da cidade e dos eleitores é um tanto quanto difícil. As pessoas são carentes de serviços básicos que exigem soluções para ontem e de forma concreta. Falar de futuro fica distante e pouco crível para quem mora ao lado do crime.
Eu entendo os eleitores e no lugar deles também optaria pela própria sobrevivência, buscando resolver aquilo que mais aperreia a vida. R$ 30,00 reais pode ser pouco para alguns, mas vendo como a maioria do nosso povo vivi, sei que resolve, pelo menos temporariamente, a comida na panela, um papel de luz, uma prestação atrasada, um crédito de celular, o combustível da moto para ir trabalhar, um mercadoria para revender...
A democracia é um constante exercício de escolha e a nossa ainda é jovem e imperfeita. Contudo, respeito muito a decisão dos eleitores, ela é sabia para o nível de informação que possuem e vai escrevendo certo por linhas torta.
Agora vamos para o segundo turno pensando em Belém dos 400 anos.
