Divisão do Pará

Recebi o comentário abaixo, como adoro o debate, vou comenta-lo. Minhas observações vão em negrito

Meu Caro Zé Carlos vou fazer algumas considerações porque o Pará tem que ser dividido:
1) O EUA tem mais de 50 estados e um distrito federal tem uma area de 9,83 milhões de km² enquanto o Brasil tem 26 estados e um disgtriti federal ema área de 8.514.876,599 km²,

O EUA é uma confederação de Estados, cada qual com sua autonomia muito bem definida, fruto de um um acordo nacional dos confederados. O Congresso nacional americano não tem poderes para alterar os limites ou mexer nas competências das unidades confederadas. Dito isto, não é possível comparar as duas nações, pois o que as rege não é o tamanho, mas leis e limites muito bem definidas numa e autoritarismo, falta de respeitos, centralização excessiva, concentração de recursos noutra.

 
2)O arrecadado que não volta para região e assim como nos sentimos algumas vezes colônias do eixo Rio-São Paulo, os nossos irmãos do Tapajós e de Carajás, também tem mesmo pensamento em relação a Belém, o arrecadado não traz beneficio a eles.

Aqui reside um grave erro de análise e da verificação dos números. O custo das duas regiões é sempre maior do que a arrecadação que elas proporcionam, uma vez que o que se mais produz nas duas áreas, são produtos semi-elaborados e estão diferidos por conta da Lei Kandir.


3)O Hospital regional já esta funcionando a todo vapor? e o Metropolitano ficou parado algum dia? e se formos enumerar serão inúmeros problemas que não se resolve pergunte do que é arrecadado nessas áreas o que volta em beneficio deles?

A RMB sofre com o problema de saúde, especialmente na área de urgência e emergência, isto não é um privilégio de nem uma região, infelizmente. O Hospital Metropolitano é uma unidade que atende todo o Estado e todos os habitantes, paraenses ou não.


4)A UFOPA esta demorando quanto para ser implantada se fosse em Belém com toda certeza já estaria funcionando.

Isto é a síndrome da perseguição. A Universidade é federal e esta demora bem que podia ser creditada ao tamanho do Brasil. Um país gigante, com o centro de decisão lá em Brasília, mas que apenas favorece São Paulo. Vamos dividir o Brasil?


5)A nossa bancada da região norte aumentara e teremos mais condições de cobrar mais investimento, porque sempre perdemos para nordeste.

Mesmo aumentando as nossas bancadas da região norte, quando somadas, ainda será menor que a Bancada de São Paulo. Se juntar Serra e Aécio para presidente e vice, reeditando a política café com leite, ai só dividindo a Amazônia em mais 20 estados para dar conta do recado.


6)A região que dizem que vai ficar a míngua, quero saber desde a época da Borracha que veio do Tapajós qual foi a riqueza que tivemos? quando o dinheiro foi farto aqui a não ser na mão de uma minoria,.

Criando três Estado teremos três minorias e o povo sofrendo sempre amigo. A minoria de Santarém, desde a época da borracha explora esta região, da mesma forma que a minoria de Belém e a minoria de Marabá. Isto se deve ao fato de estarmos em uma economia capitalista, baseada no mercado, onde poucas pessoas acumulam mais e mais riquezas em detrimento da grande maioria, sempre pobre, no Pará, na África, na América é assim. Em Key West as pessoas pobres moram dentro de pequenas embarcações por falta de recurso para comprar uma terra.

Quanto ao recurso gerado pela borracha com certeza foi carreado para São Paulo e Nova York, assim como o nosso minério está indo para o mercado internacional, com o resultado financeiro engordando as contas do Bradesco e da sede da Vale que fica no Rio de Janeiro.


7)As vagas para funcionalismo publico é infinitamente maior nesta região, e quando se faz concurso para o interior o individuo passa e geralmente consegue uma forma de voltar para capital.

Quando criarem o Estado do Tapajós ou do Carajás isto vai continuar acontecendo, apenas as pessoas irão para as sedes dos novos estados. Os seres humanos, independente de Estado, buscam o melhor para si sempre. Quando criarem o Estado do Tapajós e ofertarem vaga para Terra Santa, nada impedirá que o concursado, após o estágio probatório, consiga uma transferência para a capital do novo Estado. Por falar em capital, onde será a capital? Santarém, Itaituba ou Monte Alegre?


8)Mesmo tendo lei que Juiz, Promotor de Justiça e Defensor Publico tem que morar na cidade do interior normalmente ficam um dia na semana, três dias, e quanto mais distante o interior mais difícil ter alguém lá, mesmo ganhando um salario muito bom e tendo carreira a galgar.

Você acha estes profissionais fazem isso por causa do tamanho do Estado? Se dividir eles vão deixar de se ausentar da Comarca? Existe lei, corregedoria, Conselho Nacional, correição e mesmo assim acontece o abandono de comarca é lamentável, mas é um problema que não será resolvido com a divisão territorial.


9)Médicos chegam a ganhar em algumas situações até R$ 20.000,00 ficando 15 dias lá e 15 dias aqui, e quanto mais distante mais difícil ter médico, imagina o que é para o paciente do Oeste do Pará vir para Belém.

Este fato é lamentável e acontece aqui bem perto da capital e na própria capital. Aqui em Belém temos muitos clínicos, mas quando se fala em neurologistas, cardiologistas, neonatologistas, oconologistas, são tão poucos que quando dividirmos os estado teremos mais oferta de emprego e seremos obrigados a remunera-los cada vez com maior salário. O esforço é criar faculdade e aposta na formação de profissionais e não dividir Estado.


10) Só em Manaus tem cerca de 500.000 paraenses morando lá que são oriundos do Tapajós.

Se o Estado do tapajós for criado e não oferecer oportunidade de emprego, estas pessoas continuarão indo para Manaus, ninguém vai poder evitar.


11)Imagina alguém vindo de Monte Alegre, Almeirim para realizar tratamento de Câncer que demorou 6 meses para chegar aqui em Belém, depois seis meses para realizar exame depois quando possível mais seis meses para internar para cirurgia ou então tem que fazer radioterapia e o aparelho não funciona e o Governo tem que dar TFD para outro estado e não tem mais dinheiro como esta acontecendo, é esse tipo de tratamento que esta a disposição de nossos irmãos.

Uma unidade de tratamento de câncer custa caro e precisa de profissionais especializados que não se encontra com facilidade no mercado. Mesmo quando dividirmos o Estado, ainda levará um bom tempo para que o novo ente federativo oferte aos seus cidadãos estes e outros serviços.

Não é por pura perversidade de qualquer governante, seja de que partido for, que a falta de atendimento médico ou de assistência acontece. São problemas estruturais e históricos que apenas se resolverão com muita união e sabedoria. 

12) A segurança o governo não consegue fazer na região da capital, imagine o do interior mais distantes, as vezes falta delegado, efetivo da PM faltando até transporte, e o crime organizado e trafico de drogas tomando conta dessas regiões com muito mais facilidade.
Então isso é só falácia deixem nossos irmãos decidirem seus caminhos, pois só eles sabem o que necessitam, se querem suas emancipações, pois nós não conhecemos suas dificuldades, pois quem esta na briga contra é o primeiro a não querer morar nessas regiões. E se não são paraenses as pessoas que moram no Sul do Pará o mesmo não podemos dizer do Oeste do Pará e acima de todos somos brasileiros e podemos continuar nos ajudando, e esses "forasteiros" já moram quanto tempo na região?, portanto na grande maioria já são nativos da região pois já a adotaram e foram adotados como suas cidades, portanto legítimos tanto quanto os filhos naturais.

Os governos não conseguem resolver os problemas dos brasileiros. Isto é uma constatação obvia. Se dividirmos o Estado do Pará em três áreas dividiremos recursos e problemas. Precisamos de inteligência e união para encontrar bons e frutíferos caminhos para todos. Penso em uma sociedade justa e ambientalmente equilibrada, onde estes limites estaduais não tenha qualquer influencia.  

 

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