Conversa com Almir Gabriel I

Fui convidado para uma conversa com o ex-governador Almir Gabriel. Sai de casa para o seu apartamento com um imagem na cabeça e voltei com outra completamente diferente.

A imagem que estava na minha cabeça era a de um político ultrapassado, movido exclusivamente pelo ódio e pela vontade de destruir Simão Jatene, dentro de um corpo que não mais reagia aos estímulos de uma vida ativa.

Me preparei longamente para defender Simão Jatene de possíveis injustiças e buscar palavras para dizer ao ex-governador que deveria parar de vez.

Chegando ao apartamento, fui recebido por um homem ativo, cheio de vigor, com um rosto jovial e alegre. Almir me convidou a sentar, serviu-me um refrigerante e um cafezinho e começamos o papo.

Primeiro fez um retrospectiva da sua ida para Bertioga, as visitas de Sidinei Rosa e de Mário Couto que motivou sua volta a política paraense.

Depois fez um relato minucioso da campanha eleitoral de 2006, apontando erros e acertos, incluindo a relação com o ex-governador Simão Jatene, sem rancor, muito sereno.

Em seguida, Dr. Almir analisou o futuro do Estado do Pará, a relação com as grandes empresas e a possibilidade futura de saltarmos de Estado exportador de matéria prima, para incorporador de tecnologias e agregador de valores as suas riquezas naturais. Para isso já elaborou 120 novas propostas, muitas inéditas.

Por fim, sugeriu a construção de uma terceira via para a disputar o Governo do Estado. Pediu uma cópia do estatuto e programa do Partido Verde, disse que analisa a possibilidade de votar na Senadora Marina Silva, bastando para isso conhecer melhor a proposta de desenvolvimento que o PV tem para a Amazônia.

Não falou mal e nem atacou Simão Jatene, muito menos propôs um plano para destruí-lo. Sai de lá com outra e ótima impressão. Guardada a ação do tempo sobre nossas vidas, foi parecido quando reuni com Ele em 1989, ali na Generalíssimo, para sua primeira campanha ao Governo do Pará.

 

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