Belém engoliu a floresta

Em uma descrição de Belém do inicio de 1800 feita pelo francês Jean-Jacques Berthier, em cartas enviadas junto com mercadorias exportadas para França, vê-se como Belém era cercada por enorme floresta. As cartas forem entregues ao historiador Décio Freitas que nelas se baseou para escrever o livro: “A Miserável Revolução das Classes Infames”.

Do livro, pode se ter idéia da arborização de Belém e da exuberante floresta que parecia engolir a Cidade, mas que acabou sendo engolida por ela:

“Orlam a rua copas frondosas de mangueiras, laranjeiras, limoeiros, amendoeiras, açaizeiros, palmeiras. Trepadeiras exuberantes sobem pelos troncos das árvores, pelos telhados, pelas paredes das casas.

Para cima, para baixo e para além da cidade, até onde alcança a vista, desdobra-se a infinita vastidão da prodigiosa e espectral floresta virgem. A cidade tem de sustentar uma luta incessante para não ser engolida por ela. Como em toda parte na Amazônia, floresta fascina e aterroriza.

A Rua dos Mercadores é o promenade da cidade.”

 

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