Nesta semana a Arquidiocese de Belém está realizando um seminário sobre a Campanha da Fraternidade, que tem como tema: Fraternidade e a Vida no Planeta e como lema: "A criação geme em dores de parto" (Rm 8.22).
Os temas do encontro estão divididos em "ver", "julgar", "agir" e "gesto", e acontecem desde de o dia 24 a 28 de Janeiro, às dezenove horas, no auditório da Cúria Metropolitana.
Na noite de ontém, dia 25.01, dividi com o Carlos Xavier, presidente da Faepa, uma Mesa redonda: Reflexões sobre as agressões à vida no planeta e a responsabilidade social com o Meio Ambiente e a Ecologia.
Xavier apresentou o plano produzir e preservar que é defendido pela Federação da Agicultura, no qual os produtores entendem que possível produzir mais, com tecnologia, utilizando-se a fronteira aberta, sem precisar avançar mais sobre a floresta.
No meu caso preferi, para mostrar a gravidade do problema ambiental, dizer que se a humanidade não mudar sua forma de relacionamento com o Planeta e também o atual padrão de consumo as mudanças climáticas e os desastres naturais serão inevitáveis. Para sustentar minha afirmação, utilizei os dados da pegada Ecologica mundial, dos quais é possível deduzir que a Terrra possuí 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e água; Em 2010 a humanidade atingiu uma pegada ecológica media de 2,7 gha; para sustentar a populaçao atual seriam necessários 18,1 bilhões de gha, ou seja, já ultrapassamos em muitos hectares globais a barreira da sustentabilidade.
Mostrei também que a distribuição da pegada ecológica pelos continentes é desigual, sendo que alguns continentes ou países consomem muita, até cinco vezes mais recursos naturais que outros. Enquanto a media global é de 2,7 gha; no continente africano a pegada é de 1,4 gha, já nos EUA e Canadá a pegada atinge 7,9 gha.
Abordei as formas mais graves de poluição do ar, das águas e do solo, dando como exemplo a cidade de Belém. Terminei minha intervenção abordando as alterações danosas ao meio ambiente que estão sendo propostas no novo código florestal e apelei para uma campanha pela rejeição as mudanças pelo deputado Aldo Rabelo, por um engajamento em favor de cidades sustentáveis e sugeri a criação de grupos ambientais por paróquias, ligados a pastoral ambiental da Arquidiocese.
Após as exposições, fomos crivados de perguntas, incluindo Belo Monte, por um publico bastante interessado, formado por leigos e religiosos das diversas paróquias da Arquidiocese.
Sai animado com o que vi e ouvi. No encerramento recebemos a benção do Monsenhor Cid e ainda ganhei um livro: As Cidades, as Culturas e os seus desafios, editado pelo Centro de Cultura e Formação Cristã na Amazônia. Prometo ler e comentar aqui.