Crime de adolescente no cemitério do Bengui revela uma juventude que está se formando sobre influencias externa e sem acompanhamento adequado da família, da escola e da própria sociedade.
Os autores, segundo as investigações, são membros de um grupo gótico de nome Dark, que pode ser traduzido por escuro, mas está relacionado aos substantivos: escuridão, trevas, ignorância, tom carregado; e os adjetivos: escuro, sombrio, moreno, tenebroso, triste, mau, cruel; cujo líder odeia homossexuais, tem 19 anos, atende pelo apelido de Bloody, sangrento, e os cúmplices tem 15 e 16.
São jovens da periferia de Belém, de uma nova classe que começa ter acesso a bens e serviços que antes não tinham principalmente computador, internet, skape. Por essa via acessam culturas alienígenas que estão à disposição no mundo virtual podem ser praticadas, copiadas por qualquer um em qualquer lugar do mundo.
Esta nova juventude são filhos de pais pobres que trabalham muito e agora podem dar-lhes um pouquinho de condições matérias, como o acesso a esse novo mundo e a moda que ele traz, mas não estão preparados para as novidades que os filhos acabam adquirindo. Não sabem o que fazer, por exemplo, quando o filho resolve usar piercing, tatuagem, roupas góticas. Quando os jovens ficam até altas horas conectados a um computador. Quando o jovem participa de um grupo que veste roupas iguais. Quando o filho decidiu vestir-se igual a um personagem de quadrinho japonês.
Se os pais não estão preparados para orientação, os professores da maioria das escolas públicas, todos nas mesmas condições sociais, também, não estão. O dialoga em casa e na escola fica cada vez mais difícil. Sei disso, pois sou pai de dois adolescentes que acessam a internet e baixam vídeos com os do pcsiqueira (nada tenho contra o moço, é apenas uma citação) que discute todos os assuntos numa linguagem direta, despojada e com um grau de convicção impressionante. Até outros mais agressivos que não vou citar por não concordar.
Não temos como barrar a internet e nem é isso que estou defendendo. Não sou contra os avanços da civilização e festejo que as pessoas possam ter tudo isso nas suas casas. Mas defendo a criação de um movimento fortificação da sociedade, das famílias, das verdadeiras religiões. A Seduc pode, muito, bem, já que o secretário é tecnólogo, organizar painéis sobre todas essas questões e apresentar a professores e diretores o mundo por onde transitam seus jovens alunos.
Para finalizar, afirmo que muito do que a polícia acaba dizendo durante as investigações acaba apenas revelando o grau de desconhecimento do aparelho policial sobre esta nova juventude.