Viagem pelo Sul do Pará e as razões do Estado do Carajás

Viajei durante cinco dias pelos municípios do Sul do Pará. Quando falo sul, quero dizer de Goianésia a São Félix do  Xingu, passando por Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Água Azul do Norte, Ourilândia, Tucumã, até chegar à beira dos rios Fresco e Xingu.

Nesta peregrinação política, falando com dirigentes do Partido Verde, dirigentes de outros partidos, lideranças politicas e eclesiásticas, converso sobre economia, sobre questões sociais e políticas. Aprendendo muito e ensino pouco. Falo sobre as outras áreas do Pará, discuto sobre divisão do estado. Convenço da necessidade de pleitear junto a  União por mais justiça para os paraenses e suas riquezas. Gosto de fazer campanha eleitoral por permitir, mesmo que de forma limitada, conversar sobre os problemas das pessoas.

Deparei com um clima de transformação, tanto da paisagem quanto das pessoas.

Em Canaã a paisagem muda toda hora com novas casas construídas, ruas sendo abertas, novos bairros implantados.

Ourilândia é uma Cidade em obra, tudo por lá está sendo feito ou refeito.

Tucumã está expandindo o setor hoteleiro e imobiliário, são muitos loteamentos implantados. Em Tucumã, para se ter idéia, conheci um complexo turístico que está sendo implantado com recursos próprios por um fazendeiro local, coisa de primeiríssimo mundo, até agora foram gastos na construção das áreas de lazer, incluindo um lago para jet-ski, seis milhões de reais.

Quanto as pessoas, estamos fazendo um excelente melhoramento genético e cultural no povo paraense. A mistura de gente rígida, destemida e empreendedora, que não tem medo de malária ou de trabalho e sempre busca auxilio da tecnologia, está gerando um novo paraense, mas forte e menos dependente.

Os aparelhos de Estado é que ainda não se adaptaram a essa nova gente. atrapalham com sua ausência ou com sua interferência demasiada.

De lá, passando pelas estradas, pensava: tem gente no restante do Pará que nem sabe e nem tem noção do que é está acontecendo no Sul do Pará.

A imprensa de Belém mesmo, quando falam da região sul, fazem com superficialidade ou completo desconhecimento. Passei seis dias viajando e nem uma notícia dos outros pontos do Estado. O Pará, parece estar desconectado em três áreas e cada vez mais aprofundando as diferenças.

Muitos acusam o Governo por este distanciamento, mas, justiça se faça, o Governo é o único que ainda se faz presente.

O maior ausente mesmo é a imprensa central. Você já leu nos colunistas sociais dos dois grandes jornais de Belém registro de qualquer atividade social em Marabá, Xinguara, Parauapebas, Redenção ou Conceição do Araguaia? No entanto, nestas regiões, tem uma sociedade ativa, formada por pessoas até mais endinheirada que os daqui de Belém e com gosto refinado, pois estão sempre viajando.

Os teens local, por exemplo, mesmo filhos de fazendeiros ou agricultores, a maioria tem curso superior e já foi, pelo menos uma vez, fora do país, curtem estar na moda, pilotam maquinas possantes, praticam esportes sofisticados, lêem, vêem bons filmes, escutam boas músicas e freqüentam grandes bailes. Mas não saem na foto aqui de Belém que só foca os daqui, com se os de lá não existissem.

É chato dizer isso, mas se eu tivesse nascido lá também me sentirei com o direito de reivindicar mais atenção ou a separação.

Para os meus críticos de plantão, não venham com essa de que estou escrevendo tudo isso aqui por oportunismo eleitoral. Não fiquem cegos, apenas leiam e reflitam, vai ajudar.  

 

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