Madeireiro ameaça com a volta do AI-5 e fala até em derramamento de sangue

A que ponto chegou a ousadia de determinados madeireiros. Após liquidarem um pobre colono em Tucuruí, o devorador de florestas e presidente do Sindicato dos Madeireiros do Oeste do Pará Luis Carlos Tremonte, em entrevista a O Liberal, diz que foi traído pela governadora Ana Júlia, declara-se um saudosista do Golpe Militar e do AI-5 e ameaça com derramamento de sangue se não for liberado o que ele chama de plano de manejo florestal sustentável. O Estado não pode calar, no mínimo, deve interpelá-lo judicialmente para que denuncie o plano de morte exposto na entrevista.

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Em entrevista a Rádio Amazônia as intenções desse devastador ficam mais claras. Ele quer autorização para desmatar florestas pública. O que ele chama de manejo florestal sustentável é, na verdade, a devastação da maior floresta tropical do Planeta.

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Defendo o desmatamento zero ou a moratória do desmatamento até que o Estado brasileiro tenha inventariado sua floresta, zoneado seu território e possa, com segurança, permitir a correta e sustentável exploração desse valioso tesouro.

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Quando o Sr. Tremonte fala em povo paraense, leia-se os madereiros e sojeiros do Mato Grosso, aliados do governador "motoserra de ouro" Blairo Maggi.

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O madereiro diz que o Governo não dá respostas as indagações do setor, porém isso não é verdade. Primeiro porque ele não fala pelo setor. Segundo o IBAMA, em carta assinada pelo secretário João Paulo Capobianco, desmonta os argumentos desse Senhor, leia um trecho:

Na carta que declina do convite para a reunião, bem como em manifestações através da imprensa e correspondências a outros setores do governo, vossas senhorias apontam duas demandas básicas relacionadas aos planos de manejo e abastecimento da industria florestal:
Liberação de documentos fundiários de 33 áreas para proposição de plano de manejo florestal.
Em reunião, realizada em 30 de agosto de 2004 representantes do setor madeireiro de Santarém, Itaituba e região apresentaram uma lista de 33 áreas propostas para implementar planos de manejo florestal.
O INCRA realizou o georeferenciamento das áreas e concluiu que todas incidiam sobre terras públicas e portanto sem amparo legal para proposição de plano de manejo pelos solicitantes.
Além disso várias das áreas levantadas possuem outros problemas graves como sobreposição entre as áreas propostas, áreas de manejo que quando plotadas a localização não condiz com a área dos documentos de posse, polígonos que não fecham entre outros.
Manutenção dos Planos de Manejo suspensos.
Dos 26 Planos de Manejo suspensos na região de Santarém a que Vossas senhorias fazem referência, nove foram suspensos porque coincidiam com a área da Reserva Extrativista Verde para Sempre, criada em 2004. Os demais foram suspensos pois, tratava-se de planos com exploração florestal em andamento em terras públicas baseados em documento fundiário precário.
Na busca de um mecanismo para operação dos planos de manejo em terras públicas que tiveram autorização de exploração em 2004, está sendo desenvolvida no âmbito governo federal através do MMA, MDA, IBAMA e INCRA uma proposta a ser apresentada à representação do setor florestal estabelecendo as condições para análise e autorização exclusiva da safra 2005. Este documento deverá ser discutido durante o mês de fevereiro.

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Então Governadora e Dr. Walmir Ortega, não se impresionem com as declarações desse devastador. Vamos continuar agindo em defesa da floresta e pronto.

 

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