Quem manda em Belém? Você já pensou algum dia sobre isto? Não. É bom pensar. A cidade é a extensão da sua casa. Quando você sai para rua, na verdade sai para sua cidade com todas as belezas e mazelas que nela existem.
Eu ando refletindo com quem está o poder na nossa Belém. Sério. Normalmente deveria estar nas mãos do povo que delega ao prefeito e aos vereadores o exercício. Mas com tantos desmandos destas autoridades, comecei a desconfiar que eles estão exercendo o poder contra a população para atender interesses de grupos.
O cidadão passa o dia trabalhando para pagar contas, impostas e ter uma vida digna, mal tem tempo de assistir um noticiário. A única forma de participação da maioria das pessoas na gestão da cidade resume-se em votar e escolher o prefeito e um vereador. Depois que estes tomam posse, o cidadão-eleitor só vai vê-los nas próximas eleições ou em um noticiário de escândalos. E durante os quatro anos, quem diz o que eles devem fazer com a nossa cidade?
Outro dia li que as cidades, como Belém, foram sequestradas (e não é sequestro relâmpago) por péssimos empresários, péssimos políticos e péssimos cidadãos. Não quero concordar com isto, mas tudo leva a crer que estamos sendo governados por grupos de interesses, nem sempre legítimos e benéficos a população.
Enquanto o cidadão-eleitor belemense cuida de pagar muito imposto e trazer o sustento para casa, os grupos de interesses agem de comum acordo com o prefeito e vereadores. Sãos estes grupos que financiam campanhas ou dizem controlar o voto das pessoas.
Quem são estes sequestradores do poder da cidade? Os donos de empresas que prestam serviços ou fornecem para prefeitura? As empresas urbanas? As construtoras?
Os taxistas? Os moto-taxistas? Os prestadores de serviços de transportes alternativos?
Tem ainda os cabos eleitorais, proprietários de associações comunitárias ou intermediários de grupos diversos que vendem apoio aos políticos durante a campanha em troca de acesso privilegiado aos serviços e recursos públicos.
Todas os sequestradores do poder, pensam a cidade a partir do seu negócio ou do seu interesse, resultando na derrota do planejamento urbano e na implantação do caos, onde tudo parece existir para dificultar a vida das pessoas.
Autorizar a empresa que comprou o terreno onde antes morava duas famílias, a construir um prédio para abrigar muitas, sem levar em consideração o tráfego, o trânsito, o serviço de esgoto, lixo e o aumento de temperatura ambiente.
Destinar uma rua como garagem e ponto de parada para uma empresa de micro ônibus, atormentado a vida dos antigos moradores.
Usar os espaços de estacionamento como ponto de táxi.
Destinar calçadas para bancas de camelôs ou cadeiras de bares, deixando o pedestre sem espaço para circular.
Encarecer os preços das obras e serviços públicos, consumindo todo o recurso obtido com os impostos, deixando de prestar os serviços essenciais.
Trocar o nome da rua para homenagear um financiador de campanha sem ouvir os moradores.
Aumentar o gabarito de construção prejudicando a qualidade de vida, mas permitindo que as empresas encham os bolsos vendendo apartamentos a preço absurdo pelo metro quadrado.
Deixar de aplicar as leis, como o Plano Diretor Urbano, para não prejudicar os interesses desses grupos.
São apenas alguns exemplos de como o poder municipal está sendo exercido contra os interesses do cidadão-eleitor, dono do poder.
O cidadão-eleitor, e só ele, pode libertar-se e libertar a cidade de Belém.
Uma nova eleição se aproxima e agora você tem ferramentas poderosas para fazer sua opinião prevalecer, as redes sociais. Elas vão ajudar neste ato de libertação. Vamos dizer aos políticos que eles só terão o nosso voto se deixarem de servir a estes senhores sequestradores e passaram a exercer o poder em nome do dono, o cidadão-eleitor. Você pode!