Os deputados federais aprovaram ontém mais mudanças na lei eleitoral. Mas que mudanças são essas? Lendo um resumo nos jornais de hoje, verifica-se que eles apenas ampliaram suas possiblidades de pedir votos sem dizer o que pensam.
Veja um resumo das principais mudanças: obrigatoriedade de documento com foto na hora de votar; permissão de campanha pela internet; prioridade dos processos sobre direito de respostas; aumentou a possibilidade de doações de pessoas físicas; as ações trabalhistas são de responsabilidade dos partidos; o candidato pode concorrer sub judice; e os debates podem ser feito com apenas 2/3 dos candidatos.
O que os deputados não fizeram e nem vão fazer é uma reforma política que permita ao eleitor conhecer suas propostas e ter acesso ao seu curriculum para saber se o candidato está apto a defender aquilo que propõe.
Os deputados federais e senadores disseram, recentemente, em pesquisa a revista Época, que dificilmente um cidadão comum vence uma eleição no Brasil. E, apesar desta constatação, qual foi a atitude deles? Pioraram ainda mais a possibilidades do cidadão comum chegar lá.
Um membro do Congresso Nacional, disse-me ontém, após eu ter expressado o meu descontentamento com as regras do jogo eleitoral: Zé Carlos, tua achas que eles, que foram beneficiados por estas regras, vão mudá-las? Não acho deputado, por isso é que proponho um movimento da sociedade civil em prol de uma verdadeira reforma política.
ONGs, sindicatos, associações de classes, entidades comunitárias, redações, juntem-se e salvem o Brasil.
As vezes fico imaginando um parlamento legítimo, respeitado, autonômo, transparente, onde cada lei aprovada, torne-se divina como uma tábua de Moisés. Justa a tal ponto, que a simples menção imponha respeito.