Muitas pessoas estão se perguntando por que o PSDB do Pará levou o Serra para fazer comício em Altamira. Eu não sei, com certeza, mas que é estranho é.

Serra não virá mais ao Pará neste primeiro turno. Não dará mais tempo. Então, realmente, foi uma opção difícil de compreender.

Um roteiro presidencial bom seria Belém, Marabá, Altamira e Santarém. Quem mexe com política sabe disso. Se não deu para fazer os quatro pólos, optar apenas por um e escolher Altamira é estranho.

Por que não escolheram Belém que concentra o maior número de votos do Estado?

A explicação é simples. O PSDB paraense só dispõe de uma prefeitura de médio porte que é Altamira e sem o apoio de uma máquina municipal dificilmente conseguiria mobilizar gente para assistir o tucano em queda José Serra.

Fazer um comício esvaziado em Belém, em meio de semana, na reta final de campanha, seria arriscar uma grande desmoralização para o candidato local e candidato nacional. Desmoralizaria todos os boatos de força que tentam espalhar pelo Estado. Seria a bunda na janela.

A opção por Altamira foi tão desprovida de uma simbologia política especial que o candidato tucano falou apenas em asfaltar a Transamazônica, rodovia que já está em obra de asfaltamento, mas deixou de abordar o principal tema da região e do Brasil que é a construção da hidrelétrica de Belo Monte, seus impactos ambientais e a injusta remuneração paraense.

A imprensa paraense, por seu turno, perdeu a oportunidade de perguntar ao tucano o que ele pensa da Lei Kandir, da reforma tributária e da compensação ao Pará pelos nossos recursos minerais e hidrelétricos.

 

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