Do ponto de vista econômico, uma greve trabalha com a seguinte lógica: o trabalho é uma mercadoria como outra qualquer. Quando o dono da mercadoria - o trabalhador - entende que o preço – salário – está aquém do que a mercadoria de fato vale, suspende o fornecimento da força de trabalho para negociar o preço.
Olhando pelo lado político, uma greve é um protesto para sensibilizar, denunciar ou revindicar melhoria para toda uma sociedade. Exemplo disso foi a greve geral contra as privatizações, encabeçada pelos petroleiros. A greve da CUT contra a política econômica do Governo Federal.
Diante disso, onde podemos enquadra a greve de servidores públicos? Ela é o mesmo tempo uma ação econômica e política. A força de trabalho dos servidores públicos é, sempre, um serviço de utilidade pública. O dono do serviço público não é o governador e nem o prefeito, é o povo. A suspensão do serviço público, atinge diretamente a população e muito pouco o governante. Por isso, as greves no serviço público tendem sempre a receber uma repulsa da sociedade, que acaba solidária ao governante que endurece o jogo.
Os dirigentes sindicais dos sindicatos de servidores públicos, geralmente, ligados a facções políticas de oposição ao governante, e com pouca compreensão do mecanismo de luta sindical, acabam levando a categoria ao fracasso. Isso aconteceu com a recente greve da saúde em Belém e acontecerá com a greve dos servidores da educação. Os servidores públicos, que também são cidadãos, acabam desconfiando que o instrumento de luta adotado pelo sindicato não tem tanta eficácia, não aderem as greves, desgastando ainda mais os sindicatos.
Sindicalistas parem para uma reflexão e vocês descobrirão outras formas mais eficientes de lutar por melhoria.