Água aos romeiros e os danos ambientais

O costume de pagar promessas distribuíndo água é tão antigo quanto a própria procissão. Ele acompanha o tempo e suas evoluções, nos permitindo analisar mudanças no comportamento de consumo da própria sociedade.
No início, usava-se a bilha e o pote com um copo de metal ou de esmalte, com o qual servia-se a água aos romeiros.
Com tempo, o copo passou a ser de plástico retornável, chegando ao famigerado copo descartável.
Depois o pote foi substituído por sacos plásticos cheios de água que eram distribuídos durante a procissão.
Hoje, usa-se a garrafinha de plástico descartável que dura 100 anos para ser degradada e provoca um considerável aumento no volume de lixo produzido. Leia: Planeta Sustentável - Guerra contra água mineral.
Além do dano ambiental causado pelo material de que é feita as garrafinhas, elas vão se acumulando no trajeto da procissão, num volume impressionante, provocando dores nos pés de quem as pisas ou até acidentes como cortes, As garrafinhas são recolhidas apenas no final da procissão, pela turma da limpeza urbana, sem garantia que serão recicladas.
Não quero acabar com a tradição de distribuir água aos romeiros, mas seria aconselhável solicitar das pessoas que vão distribuir água que recolham as garrafinhas e doem para entidades de reciclagem de lixo. Basta fazer postos de distribuição com recipientes próprios para recolher as garrafinhas. A natureza, que é obra de Deus, agradeceria, com certeza. Os romeiros seguirão com a consciência tranquila do dever cumprido. Você não acha?
 

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